Estradas do Tempo | Capítulo I - Partidas

O tempo é algo incrível. Por ser tão delicado, pode ser maleável, dobrado e quem sabe... Manipulado. E a história que vou lhe contar pode ser - ou não - a prova disso.
Tudo começa muito tempo atrás, quando o velho oeste era dominado por cowboys, pistoleiros e foras da lei... Mas, isso pode mudar. No meio do nada, existia uma pequena cidade, sem nome, pacífica e o lar de Caio, historiador que é responsável por tecnologias revolucionárias que resolveram problemas de seca, suprimentos e violência.
Em sua casa, que é afastada da cidade em um pequeno morro, parece preocupado, procurando algo em seu escritório. Repetindo diversas vezes: "Onde tá?". Segurando uma pequena barra de metal circular, revira sua mesa até que uma especie de mapa cai no chão.

- Achei. - diz ele.

Abre sobre a mesa e põe o objeto metálico no meio do mapa. As linhas começam a brilhar e uma delas escurece. Olhando com seriedade, fica aflito e guarda ambos em sua bolsa e percebe que alguém entrou em sua casa. Começa a se mover cuidadosamente, tirando sua arma e indo vagarosamente ao próximo cômodo, mas ao abrir a porta se assusta.

- Oi... Calma, sou eu. - diz Pedro, segurando seu pulso.
- Ah, foi mal.
- Tá muito tenso... O que houve?
- Isso. - responde ele mostrando o objeto. - Aquilo que eu previ, vai acontecer.
- Tá. E o que vamos fazer?
- Bom você nada. Eu vou ter que fazer isso sozinho.
- Cara, você não-
- A cidade precisa de alguém que saiba mexer nas minhas tecnologias.
- Eu sei, mas isso vai ser perigoso.

Antes que Caio responda, uma explosão atravessa sua parede, fazendo eles serem jogados para fora. Rapidamente se levantam e enquanto Caio busca sua bolsa, Pedro fica em pé em sua frente, lhe dando cobertura, até que pergunta:

- O que foi isso?
- Eu disse... Tá acontecendo.

Quando a poeira começa a sumir, aparece dois homens vestindo um tipo de armadura tecnológicas.

- Você tem algo que pertence ao nosso chefe. - diz um deles.
- Não tenho nada que lhe interessa. - diz Caio.
- Caio! - diz Pedro.

Ao ouvir, tira um aparelho de sua bolsa e joga para ele. Um pequeno anel que ao botar, começa a correr, criando uma rajada em volta do seu corpo, acertando o maior deles. O outro saca uma arma e começa a atirar em Caio, que logo veste sua luva que cria um escudo holográfico em sua frente.

- O que foi? Tenho meus truques.

O homem avança em sua direção, que logo se defende. Com cada soco defendido por outro, usando seu corpo completo no combate. Mas, começa a ficar em desvantagem, pois parecia ter seus movimentos copiados e aproveitando seus pontos cegos, tenta pegar o objeto, mas falho, pois Caio revida com toda sua força e Pedro aparece atrás dele, dando um soco e fazendo-o cair no chão.

- Eu ia conseguir. - diz Caio, ofegante.
- Claro. Mas, quem são esses caras?
- Eu não sei.
- O que vamos fazer?
- Eu vou atrás de resolver isso.
- Quando vamos?
- Já disse, você não vai.
- Isso é muito mais que só eu e você.
- A cidade vai precisar de um protetor.
- E você também.
- Eu sei me cuidar.

Eles arrumam a bagunça e levam os homens para a prisão. Caio passa o resto do dia tentando entender e descobrir de onde é essa tecnologia. Até que...

- O que foi? - pergunta Pedro.
- Todo inventor que se prese deixa sua marca em suas criações... Como uma assinatura.
- Tá, e...?
- Eu achei a dele.

Botando todas as peças no chão, liga os fios certos e um ruído é escutado. Agudo o suficiente para rachar algumas peças de vidro que estava perto.

- Credo, o que foi isso? - pergunta Pedro.

Caio tira seu gravador e aperta um botão, que mostra a mensagem mais lenta. Falando números, que a princípio, pareciam aleatórios.

- Foi a localização dele... Coordenadas.
- E você simplesmente vai atrás do cara que tentou matar você?
- Eu tenho que resolver isso. E se ele sabe sobre isso... Deve saber como resolver.
- Claro... Uma vez meu tio levou um tiro na perna e foi atrás do cara pois achava que ele sabia tirar a bala... Morreu logo em seguida.

Soltando uma risada, Caio diz:

- Vamos descansar, amanhã com mais calma decidimos isso.

Pedro concorda e se deitam ali mesmo, apenas arrumando alguns panos, pois o restante da casa ainda estava uma bagunça. Mas, a mente de Caio não para e quando nota que seu amigo dormiu, volta ao trabalho.
No amanhecer do dia, antes do Sol nascer, Caio arruma suas coisas e põe em sua bolsa. Sai da casa sem acordar Pedro. Olha a pequena cidade do alto, pega a bússola que adaptou para seguir a localização encontrada na noite anterior.

- Ia sem se despedir? - pergunta Pedro.
- Não queria te acordar.
- Você passou a noite cutucando seus aparelhos. Nem se quer dormi.
- Desculpa. - responde Caio, sem jeito.
- Se for a pé, vai morrer no meio do caminho.

Ele ri e Pedro continua.

- Pode levar o Trovão.
- É o seu cavalo favorito.
- E o mais rápido, vai ser útil.

Descendo da varanda, puxa as rédias do cavalo e lhe dá. Caio põe a mochila dentro do bagageiro que estava no animal. Sobe e põe seu chapéu e como um comprimento, abaixa lentamente.

- Cuida da cidade por mim. - diz ele.
- Pode deixar.

Pedro dando um tapa no alazão, se despedem, indo rumo ao horizonte.

- Cuidado, meu amigo. - diz Pedro pra si mesmo.

Em uma cidade próxima...
No amanhecer do dia, uma gangue de ladrões assalta o banco central. Saindo em seus cavalos, correm pelas ruas, espelhando o medo e o pavor entre os moradores, até que veem no meio da estrada um homem, usando um chapéu que cobria seus olhos, mostrando apenas sua afeição séria. Não se importam e seguem sem perder a velocidade, continuam indo em direção a ele.
Andando devagar, saca sua arma e atira no da frente, caindo e derrubando todos os outros atrás. Guarda sua arma e anda até eles, que se levantam e tiram bastões e armas para tentar detê-lo. Sem perder seu ritmo calmo, desvia dos golpes e segurando o braço dos que tentam atirar nele, atira nos outros e com um soco o derruba. Mesmo indo todos de uma vez, consegue manter a calma e luta com todos de uma vez, usando a força deles contra eles, sem se esforçar muito, derrota cada um deles. Até que um acerta um bastão de madeira em sua cabeça, que parte ao meio. Vira sua cabeça lentamente e enfia a estaca em seu peito, atravessando. Olha para o dinheiro, pega e sobe em um dos cavalos. Saindo da cidade. O xerife chega e ver o que ficou para trás, vendo a silhueta do homem contra o Sol, se queixa.

- Droga!
- O que foi senhor? - pergunta seu ajudante.
- Ele fugiu de novo.
- Quem?

Nesse momento, o xerife dá a ele um cartaz de procurado, avaliado como extremamente perigoso.

- E-ELE!? Dizem que nem o... Você sabe quem, quis a alma dele.
- Avisem aos outros. Ele entrará na cadeia nem que seja morto.