Protocolo Heróis | Capítulo II - Aprovados?

Já se passaram 3 meses desde do último encontro dos heróis, embora não sejam mais "heróis", Gabriel tentou manter o grupo unido, porém é inútil, pois Ruth se afasta mesmo assim. Mal sabem eles que precisam ficar juntos.
Na aula de matemática, Gabriel e Aurora ficam no mesma classe. Enquanto Aurora tenta se concentrar em seus cálculos, Gabriel não para de falar... Ou como diz ele: "Pensar alto demais".

- Elevando ao cubo fica quanto?... 64. Então é só dividir pelo Pi sobre 7...
- Gabriel! - diz Aurora tentando chamar sua atenção.
- Oi.
- Você tá fazendo de novo.
- O que?
- Se auto respondendo.
- Me ajuda a concentrar.
- Você se concentrando, desconcentra o resto.
- Você tá tensa, o que-

O professor passa por trás deles e eles se calam.

- Nada.
- Tá nervosa por que na próxima aula vai sentar ao lado do Leonardo?
- Não, só que-

O professor passa novamente e automaticamente ficam mudos.

- Saquei, tá gostando dele. - diz Gabriel.
- É... Aham. - responde Aurora com ironia. - Não sou você que não admite que gosta da cabelo de arco-íris.

"Cabelo de arco-íris" é o apelido de Jéssica, pois na sua infância já não conseguia diferenciar suas cores, e para ela, seu cabelo loiro era branco. Então ela pintou ele de várias cores diferentes com tinta(criança é o bicho mesmo). Todos riram dela durante dias, menos Gabriel e os outros.

- Claro que não. Somos só amigos. Você que deve se amarrar nos olhos verdes do Leo.
- Até parece.
- Não tenta me enganar-

O professor bate na mesa de Gabriel e Aurora(existe uma mesa para dois alunos) e fala:

- Você conversa bastante senhor Martins, aposto que já deve ter terminado as sessenta e cinco questões que lhe dei a fazer.
- Na verdade sim. Aqui está "senhor" Adriano. - responde Gabriel dando a folha das questões. - a proposito, a questão quarenta e oito, ela tá mal feita. Além da formula errada, o modo que devia ser interpretada também.

Então o professor pega a folha e diz: "Sorte" e se senta em sua mesa.

- Ele tem problema comigo. - diz Gabriel.
- Claro que não.
- Ah é? Quantas questões ele te deu?
- ... Quarenta e cinco. - diz Aurora abaixando a cabeça devagar.
- Você é a queridinha dele.
- Não tenho culpa se ele gosta de mim.

Enquanto isso em um lugar desconhecido...
Uma moça olha as câmeras de segurança da escola, e bota na filmagem do dia em que o grupo salvou os reféns.

- A senhora tem certeza que são eles? - diz sua assistente um pouco assustada("Sério, logo eles?").
- Pegue os arquivos deles. Comece o teste. - responde a mulher.
- Sim, senhora.

Voltando para o Campus...
No horário do almoço, os quatro reunidos na mesma mesa conversam sobre o evento que acontecerá a noite. O evento será sobre "A arte acima dos olhos", que Jéssica sugeriu aos presidentes e diretores da escola. E nesse evento, ela apresentará o projeto "Meu mundo, minhas cores". Não sei se foi falta de criatividade do autor ou da própria Jéssica.

- Eu estou muito nervosa. - diz ela. - e se não gostarem dos meus quadros?
- Claro que vão. - motiva Gabriel.
- Obrigada cara. Você podia chamar sua amiga... A Ruth.
- Faz muito tempo que não a vejo.
- Poderia ficar por lá mesmo. - diz Aurora.
- Vou chamar.
- Ela se afastou por escolha dela, devia respeitar isso.
- Ela ajudou a gente naquele dia para salvar esse lugar. Nada mais justo que ela conhecer o lugar que salvou.

Gabriel vai até a biblioteca, pois quase sempre as professoras precisam dele para manutenção dos computadores de pesquisa. E ficam os três na mesa.

- O que você tem com a Ruth? - pergunta Leonardo.
- Nada.
- E por que trata ela assim?
- Ela é uma ladra. Isso resume bem.
- Aurora, me faz um favor? - diz Jéssica.
- Claro, qual?
- Mesmo se ela vier, promete não brigar com o Gabriel.
- Prometo.

Na biblioteca...
Assim que Gabriel entra, vai direto para os computadores e tem a impressão que alguém segue ele entre os corredores de livros. Tenta olhar quem é, mas toda vez que olha para trás não ver ninguém. Talvez seja paranoia minha. E sem perceber, ele se esbarra sem querer em uma menina, derrubando os livros que ela levava em sua mão.

- Ai meu Deus, me desculpa. - diz ela. - Como eu sou desastrada.
- Erro meu. - diz ele se abaixando para pegar os livros.

Ele nota que um dos livros é sobre a história da cidade.

- É nova por aqui? 
- Mais do que você pensa.
- Como se chama?
- Sophia.

Ela agradece por sua ajuda e sai, deixando ele sozinho. O que ela queria com tantos livros sobre a cidade. Mas, ignora seus pensamentos e segue para o seu destino original.

O tempo passa e no restante da tarde os alunos são liberados das salas e começam organizar a escola para o evento. Quando bate 18:00 horas, todos vão para suas casas para se arrumarem e voltarem novamente.

- EU VOU ME APRESENTAR EM PÚBLICO! Eu não estou acreditando. - diz Jéssica bastante animada.
- Nos reunimos na casa do Leonardo as 19:00, certo? - diz Gabriel.
- Okay. - o restante responde.

Seguem até suas casas. Gabriel e Aurora vão juntos para casa, afinal eles moram na mesma. Os pais de Aurora moram no exterior, e os de Gabriel são grandes amigos da família de Aurora e aceitaram cuidar dela até eles voltarem. Isso desde dos 12 anos, que hoje, Aurora vai fazer 18 esse ano.
Eles entram e não tem ninguém e vão logo se arrumando. Mas, minutos depois a mãe de Gabriel chega, ela diz:

- Queridooosss, chegeiiii. - diz ela, com animação.

A mãe de Gabriel é uma bela mulher, com seus cabelos curtos que realçam seus olhos escuros, esbanja alegria para seus filhos: Aurora, André e Gabriel. Afinal, ela já declara Aurora sua filha. E sendo mãe solteira, tem pouco tempo com seus meninos, que tenta compensar com o máximo de carinho possível pelo curto tempo que tem com eles.

- OIII MÃÃÃÃEEEE. - grita Gabriel do banheiro.
- Olá senhora Martins. - diz Aurora descendo as escadas.
- Pare com isso Aurora. Você já é da família, pode me chamar de mãe.

Aurora ri e fica sem jeito. Gabriel passa por elas, beija a sua mãe e sobe para escolher sua roupa. De tanto tempo morando juntos, Aurora já não liga mais de ver Gabriel andando de toalha pela casa.

- Vocês vão que horas?
- As 19.
- Certo. - diz a senhora Martins dando a chave de casa para ela. - Vou da uma saída, e já que o André foi dormir na casa de um amiguinho dele, quero que fique com a chave.
- Eu? O Gabriel não pode ficar?
- Eu confio em você, mesmo que você não me considere sua mãe, minha confiança é posta em você.
- Posso pedir um conselho?
- Quantos quiser.
- O que se faz quando apenas você não confia em alguém, mas todos ao seu redor confiam?
- Continue desconfiando... Mas confie. Entendeu?
- Acho que sim.

Aurora sorri, bota a chave na bolsa e sobe para ajudar Gabriel a escolher uma roupa, mas antes passa em seu quarto e pega um vestido em seu guarda-roupa. Quando entra no quarto, ele já está de blazer e passando perfume.

- São 18:45, vai logo chamar ela.
- Eu estou bonito? - pergunta Gabriel.

Então Aurora passa a mão arrumando sua gola e diz: "Tá lindo" e beija sua testa.

- Vou indo. Encontro vocês no Leo.
- Okay. Leva esse vestido. Pelo jeito daquela menina, ela não deve ter algo descente para vestir.

Gabriel agradece e vai até a ponte onde fica o galpão onde Ruth vive. Chegando lá, ele chama por alguém e Ruth aparece por trás e com uma espada em seu pescoço e pergunta:

- O que tá fazendo aqui?
- Feliz ano novo.
- É dez de fevereiro.
- Não te vejo desde do natal, ai vim te chamar para ir no evento em que a Jéssica vai se apresentar.
- Não me trate como se eu fosse parte do grupinho nerd.

Ruth tira as espadas e bota na mesa. Gabriel já sabe como a Ruth é, então deixa o vestido perto das espadas e diz: "Espero que você vá, vai ser importante" e sai.
"Importante para quem?" pensa Ruth, e ouve uma voz feminina dizendo: "Você tem que ir".

- Quem tá ai?
- Uma amiga. - diz uma mulher que aparentava ter em volta de vinte e oito anos, de cabelos longos e pretos com óculos escuros e uma bengala de aço.
- Como entrou aqui? - pergunta Ruth pegando uma das espadas lentamente.
- Isso não requer violência, Ruth.

E quando a moça vai para a luz, ela ver que se trata de uma deficiente visual.

- A senhora deve ter se enganado. - diz Ruth.
- Não. Eu tenho certeza que estou falando com a pessoa certa. Você tem que ir, será importante.
- O que tem demais nessa festinha?
- Não é só pela festa. Você tem que ir.
- E se eu não for?
- Sinto muito, mas terei que lhe obrigar. - diz a moça pegando a bengala, usando como um mini bastão. - prazer, Amanda.

Então Ruth pensa duas vezes, afinal ela irá atacar uma deficiente visual, mas... Parte para cima e Amanda desvia com muita leveza então, ela atinge a bengala na barriga de Ruth e chuta seus joelhos pela lateral, fazendo Ruth se ajoelhar. "Você era melhor, ou vai ser" diz Amanda. Ruth pega pela perna de Amanda, fazendo-a cair, junto com seus óculos do seu rosto, deixando a mostra seus olhos cinzas.
"Você não viu nada" diz Ruth pegando a outra espada.

Enquanto isso na casa de Gabriel...

Aurora, já arrumada, tranca a casa e se dirige até a casa de Leonardo, que fica algumas quadras de lá. Indo sozinha, ao longo do caminho, percebe que está sendo seguida, então pega sua bolsa e tira o espelho. Enquanto "retoca a maquiagem", observa quem está seguindo-a.

- Seja lá quem for, você tem trinta segundos para voltar atrás, e ninguém fica lesionado... Gravemente.

Então quase que imediato, uma corrente vai em direção a ela, e por reflexo pula para trás, desviando a tempo. E o homem se mostra, com um braço coberto de correntes e com a direita balançando até jogar novamente. Aurora fica parada, agachada esperando o que ele irá fazer, que joga outra corrente acertando a perna dela e puxando-a para cima dele. Quando fica mais próxima, chuta a cara dele e levanta e sem dá chance de defesa, começa a socá-lo até que ele segura sua mão e diz: "O futuro não irá salvá-la" e levanta ela pelo pescoço e a joga para o outro lado da rua em direção a uma árvore. Antes de Aurora se chocar no tronco, Gabriel se joga em sua frente e a abraça, porém não consegue parar e acaba se chocando junto a ela, como um escudo.

- O que houve? Você quer voar agora? - diz Gabriel um pouco sem fôlego.
- Cara, você tá bem? Ou melhor... VOCÊ É LOUCO?

Eles se levantam e Aurora olha para trás e não veem mais ninguém.

- Seja lá quem for, já foi - diz Aurora botando o braço de Gabriel em volta de seu pescoço. -Vamos, a mãe do Leo deve ter algo para suas costas.

E seguem para a casa do Leonardo, com ela ajudando Gabriel a andar, pois suas costas e sua perna ficaram bem danificadas.

Enquanto isso...

Ruth ainda continua o duelo, até que ela corta um pouco do cabelo de Amanda, que comenta:

- Então é assim que fiquei com cabelo curto?... Interessante.
- Afinal, quem é você?

Amanda junta as mãos e atinge os peitos de Ruth, que fica sem ar e desequilibrada. Sendo atingida no rosto logo depois.

- Como eu disse... Sou uma amiga. - responde Amanda.

Enquanto Ruth tenta se levantar, Amanda sai e diz: "Você vai se atrasar". Ruth olha para o vestido que Gabriel trouxe e pensa: "Vou me arrepender disso".

Na casa de Leonardo...

- Dá para repetir o que foi isso? - pergunta Leonardo se referindo aos ferimentos de Gabriel.
- Um cara me atacou... - diz Aurora.
- E ele tinha correntes... - continua Gabriel.
- Ai ele me jogou pelo ar...
- Então vi ela e me joguei na frente para ela não se machucar.

A mãe de Leonardo chega com um pano molhado por um soro e uns curativos. De imediato eles mudam de assunto.

- Obrigado, senhora Silva. - diz Gabriel.

Sara Silva é uma grande médica e sempre está cuidando dos ferimentos dos amigos de Leonardo, principalmente de Jéssica. Uma mulher muito bonita e com os cabelos claros sempre ajudaram os amigos de Leonardo a se "concentrarem" enquanto ela cuida deles.

- Não precisa agradecer. - responde Sara com um sorriso.

Gabriel veste a camisa e o blazer, e enquanto ele abotoa os botões de sua camisa, Jéssica entra e ver ele naquele estado.

- O que foi isso?
- Acidente. - responde Gabriel.
- Como?
- Caminho a gente explica. Vamos. - diz Leonardo. - Pai, posso usar o carro?
- Só se o Gabriel dirigir. - responde seu pai.
- HaHa... Engraçadinho.

E todos vão para garagem, entram no carro e saem em direção para a escola.
Chegando lá, assim que Gabriel sai do carro, ver Ruth usando o vestido preto partido na coxa.

- Quem diria que essa menina sabe se arrumar. - diz Aurora. -Pera... Meu vestido não era partido assim... Eu não acredito que ela rasgou meu vestido...
- Vamos entrando para ir arrumar minha sala, vai lá falar com ela. - diz Jéssica, puxando Aurora.
- É.. Eu já chego lá.

E todos entram na escola, que estava muito colorida e enfeitada e Gabriel vai falar com Ruth.

- Nossa, você veio.
- Nossa, você sabe enxergar. - responde Ruth com um sorriso irônico.

Gabriel ri do jeito de Ruth e elogia ela, que devolve o elogio. Entrando na escola Gabriel diz:

- Ei, um detalhe. A Jéssica é daltônica, então os desenhos dela podem ser... Diferentes.
- Como?
- Só vendo mesmo.

E a música começa a tocar indicando que as salas já estão abertas ao público. Eles vão logo na sala de Jéssica. Entrando lá, Ruth logo ver as pinturas de Jéssica.

- Uau. - comenta Ruth.

Jéssica percebe a reação de Ruth e pergunta:

- O que foi? Tá ruim?
- Não... É assim que você ver o mundo? - pergunta Ruth se referindo ao quadro de um riacho.
- Sim...

Ruth ver que as cores estão diferentes, e isso estranhamente causa um relaxamento nela.

- Você tem um dom incrível. - diz Ruth.

Jéssica se anima com o comentário de Ruth e vai receber os demais convidados. O tempo passa e Ruth e Gabriel visitavam as outras salas. Ela ver a animação dele enquanto mostra todo o campus, contando as histórias de seus amigos. Por um momento, ignora apenas para agradar ele, mas depois de um tempo, começa e gostar do momento.
Quando faltava meia hora para acabar, uma mulher de cabelo curto chega e entra normalmente na escola.

- Senhora, falta pouco tempo e as salas já estão fechando. É melhor a senhora vir no segundo dia. - diz o segurança.
- Eu não vou demorar. - diz ela botando a mão em sua nuca.

Ela se dirige até a diretoria principal da escola, e caminhando normalmente perto da fonte central, que enfeita o centro da escola, ela põe uma máscara que deixava só seus olhos escuros amostra. Bota um anel em cada dedo e antes que chegue na diretoria, alguns seguranças tentam impedir, dizendo que essa parte é restrita. Então a mulher começa a mexer os dedos como se estivesse controlando uma marionete, até que o segurança que falou com ela antes começa a sufocar os demais. "Eu tenho negócios a tratar" e faz o segurança jogar os outros na fonte, mas antes deles caírem, Ruth pega eles.

- Isso não foi muito educado. - diz Ruth.

A mulher faz o segurança atacar Ruth que se defende, mas é vencida e quando o segurança ia machucando-a, Gabriel segura o punho dele, vira para Ruth e fala: "Se divertindo sem mim?". A mulher ver Leonardo e Jéssica vindo e logo atrás a Aurora.

- Que gracinha. Podem vir.

Eles partem para cima dela e enquanto Ruth e Aurora atacavam a mulher; Leonardo, Jéssica e Gabriel lutavam com o segurança. Mesmo se defendendo das meninas, a mulher conseguia controlar perfeitamente o segurança.
Ruth atinge rapidamente socos no braço dela que bloqueavam seus nervos e Aurora pula por cima dela pegando impulso e atacando a mulher. Vendo que não iria ganhar, a mulher bate as mãos com os anéis causando um pulso eletro-magnético, fazendo todos em sua volta serem jogados para longe, além de destruir boa parte da escola, com a situação todos começaram a correr desesperadamente.

- Não vamos ganhar nessa confusão. Vamos. - diz Leonardo.
- Eu não consigo levantar. - diz Aurora.

Então Ruth põe Aurora por cima dos ombros e corre para o Carro de Leonardo. Gabriel olhando para a escola destruída, ver que só está começando.

-----------

b nftusb tfnqsf bqbsfdf qbsb uftub-mpt