Protocolo Heróis | Capítulo VII - Derrota



Exatamente no centro da cidade, no prédio mais alto, fica a empresa de biotecnologia mais famosa do continente, a TechBio (O dono não teve tanta criatividade quando criou o nome da empresa). No último andar, fica o escritório do dono e responsável por todas as pesquisas, Paulo Yosa.

- Senhor Yosa. - diz um dos cientistas entrando no escritório.
- Sim. O que houve?
- Fizemos funcionar, mas temos um problema na execução.
- Cuidarei disso.

Enquanto isso, na sede dos Maias...
Sophia vai ao laboratório falar com Ilidan, ou melhor, pedir um favor.

- Você quer o que? - pergunta Ilidan surpreso.
- Uma arma que dispare energia.
- Pra que você quer isso? Você não devia está na escola?
- Testar minha nova habilidade. Estou de férias.
- Estamos no começo do ano.

Ilidan se levanta e anda pelo o laboratório e Sophia o acompanha. Ele chega até uma luva robótica que fica dentro de uma caixa de vidro, na parede do laboratório.

- Ainda não testei completamente. - diz Ilidan. - Mas faz o que você precisa.
- Nossa! Valeu. - diz Sophia pegando a luva.

Ilidan pega da mão dela e diz:

- Quem disse que você vai usar?
- O que?
- Eu vou com você. É uma arma muito delicada para ficar nas mãos de uma criança.
- Você não confia em mim?
- Nenhum um pouco.
- Você é um saco.
- Você que pediu minha ajuda.
- Porque o Guilherme estava ocupado.

Eles se encaram com os olhares de raiva e Ilidan diz:

- Então? Para a sala de treinamento, pirralha.
- Eu vou te mostrar quem é "pirralha".

E eles seguem para a sala de treinamentos, mas antes, Ilidan pega seu relógio e desliga o seu computador, que estava aberto em um sistema de buscas.

Na universidade Gremy...
Aula de história, única aula onde Gabriel, Jéssica, Leonardo e Aurora ficam na mesma sala.

- Que tédio. - diz Gabriel. - Por que temos que estudar história?
- Quem não conhece o passado estão condenados a repeti-lo. - responde Aurora.
- É sério? Acho impossível uma pessoa com pelo menos 5 neurônios querer esse tipo de coisa de volta. - diz Gabriel se referindo a ditadura militar. - Mortes, torturas, sem liberdade de expressão... Querer isso de volta é ridículo.
- Infelizmente existem pessoas que acreditam que isso é melhor. - diz Jéssica.
- Políticos tem esse tipo de poder de convencer as pessoas. Proclamando o ódio, transformando a sociedade em pessoas alienadas, privando elas de pensarem. - diz Aurora.
- E se elas não pensam por si só, eles pensarão por todos. - diz Leonardo.
- O mundo tá muito dividido. - diz Gabriel. - Mas, somos heróis agora. Caso isso aconteça, podemos mudar.
- Detemos criminosos, Gabriel. - diz Aurora. - Não somos uma figura pública.

Na sede dos Maias...
Ilidan bota alguns sensores no corpo de Sophia.

- Pra que isso mesmo? - pergunta ela.
- Para depois eu analisar e entender melhor como você funciona.

Ilidan se afasta e calça as luvas. Ele fecha o punho e mira em Sophia.

- Pronta?
- Pronta!

Ele carrega energia na luva e dispara em Sophia. Ela estende os braços, recebe a energia, com seu corpo absorvendo e devolve logo em seguida, na direção de Ilidan que desvia por pouco e diz:

- Se você queria me matar. Muito bem. - diz ele ironicamente.
- Desculpa. Mas não posso dizer que foi sem querer.

Ilidan pega o tablet e analisa o corpo de Sophia durante a reação.

- E aí. O que deu? - pergunta ela.
- Eu joguei uma rajada de 100 volts. Seu corpo atuou como uma bateria de armazenamento, absorveu e devolveu. Mas seu corpo parece fica completamente sem energia depois disso. Como se ao restituir, mandasse o dobro. 
- 100 volts? Posso aguentar mais que isso.
- Vamos ver. Dessa vez tenta segurar a energia no seu corpo por mais tempo.
- Okay.

Ele se afasta novamente, carrega energia na luva e mira.

- Pronta?
- Pronta!

E eles continuam os testes, ou melhor, quem mata quem primeiro.

Na casa de Ruth....
Ela ver que os ferimentos de Õkami já estão curados. Tira alguns pontos de costura que fez anteriormente nele. Ele olha para seu rosto e sente algo nostálgico.

- Garota.
- Sim?
- Quem cuidou de você?
- Por que a pergunta?
- Você me ajudou, me derrubou e está cuidando de mim. Geralmente, pessoas como você tem uma boa educação.
- Não sei se a palavra "Boa" se encaixa nisso. Meus pais e meus irmãos foram assassinados quando eu era nova... Cresci na rua por um bom tempo, até conhecer o Rony.
- Quem?
- Rony. Passei por muitas coisas, ele me ensinou a roubar lutar e matar. Foi o mais perto de família que eu tive.

Ela fica calada e Õkami percebe pelos batimentos cardíacos, que ela ficou triste. Mas olhando em seu rosto, está neutra como sempre.

- E onde ele está agora?
- Prisão de segurança máxima.
- E você não vai visitá-lo?
- Se algum policial me ver... Eu sou presa também.

Ruth termina de tirar os pontos do corpo de Õkami, ela se levanta e pega uma calça para ele.

- Veste. Vai ser melhor.
- Já estava me sentindo um bichinho. Obrigado.
- De nada.
- Onde conseguiu uma calça masculina?
- Eu achei.

Na verdade, na noite anterior, ela espancou uns traficantes de drogas e viu que a calça de um deles estava em bom estado.

- Vamos treinar? - pergunta Ruth.
- Vamos.

Na sede dos Maias...
Jorge está ajudando Guilherme com algum tipo de algoritmo de criação de inteligência artificial. Para ajudar a pensar, bebe algumas doses de sua bebida e eventualmente, oferece ao seu companheiro, que nega.

- Você não tem nem autorização para entrar aqui. - diz Guilherme. - Não tenta me embebedar.
- Só pra relaxar, cara. A Carmen vai tá pronta logo, logo. E além disso, estou fazendo uma busca, para ajudar em sua missão.
- Da bomba?
- Sim.
- Seria ótimo se trabalhasse aqui. Você teria um bom futuro.
- É, mas não tô muito afim.

Gabriel, Jéssica, Leonardo e Aurora chegam da escola e vão atrás de Amanda, para o treino deles.
Mas antes, Jéssica vai no laboratório atrás do Guilherme. Ao ouvir ela chegando, Jorge se esconde em baixo da mesa e tenta disfarçar o odor de álcool do lugar.

- Oi, você conseguiu?
- Hey. Bom, sim e não.
- Como assim?

Antes de Guilherme responder, o computador de apita e ele ver o que é. E descobre algo...

-Precisamos falar com a senhorita Verônica.

Eles correm até o escritório de Verônica. Aproveitando a saída deles, Jorge sai do laboratório. Mas, Ilidan entra no mesmo momento, fazendo ele voltar para de baixo da mesa.

- Já disse, é perigoso. - diz ele.
- Temos que tentar. - diz Sophia.
- Entenda que uma energia tão alta pode causar sua morte e a de milhões.
- Eu sei, mas eu consigo controlar.
- Nem pen-... Que cheiro é esse?
- Não muda de assunto não.

Quando Guilherme e Jéssica chegam no escritório de Verônica, veem que ela está conversando com Amanda.

- Guilherme, Jéssica. - diz Verônica. - O que houve?
- Eu descobri algo. - diz Guilherme.
- O que?
- A bomba eletromagnética que foi roubada a alguns dias atrás. Eu não consegui rastrear, mas descobri recentemente que ela precisa de uma grande fonte de energia para funcionar.
- Isso é bom?
- Sim. Significa que ela consumirá muita energia quando for ativada, assim posso rastrear. Ou...
- Ou usará uma fonte de energia portátil. - continua Verônica. - Qual ele irá usar?
- Eu estava buscando e só uma é capaz de produzir tanta energia. Fica na mesma empresa em que a bomba foi criada.

Verônica suspira forte e diz:

- Guilherme, vá com Gabriel e Aurora na empresa e ver se lá está bem protegida.
- E eu? - pergunta Jéssica.
- Você e Leonardo não treinaram junto com os outros na última vez. - diz Amanda.
- O Leo participou sim.
- Não por completo.

Guilherme vai até Aurora e Gabriel enquanto Jéssica acompanha Amanda.
No laboratório, Guilherme explica para Gabriel e Aurora.

- Vamos logo então. - diz Gabriel. - Mas como vamos entrar?
- Isso já resolvi. - diz Guilherme. - Somos supervisores de segurança da Security.
- Okay.

Na sala de treinamento, Amanda deixa Jéssica e Leonardo de costas um para o outro e bota uma algema neles.

- Vocês tem algo que impedem que trabalhem juntos. - diz Amanda.
- Não temos não. - diz Leonardo.
- Essas algemas irão conectar vocês. Presentinho da mestra das mentes.
- Como assim? - pergunta Jéssica.

Amanda belisca ombro de Leonardo e os dois reclamam.

- Assim. - responde Amanda. - Agora vocês ignorem seus problemas pessoais ou irão acabar mortos.

Amanda sai da sala, deixando somente Jéssica e Leonardo. Eles ficam de frente e Leonardo pergunta:

- Você ainda tá brava?
- Eu nunca estive brava. Apenas chateada.

Então das paredes saem quatro robôs de 3 metros cada.

- Porcaria.

No laboratório, Ilidan analisa como o corpo de Sophia reage as absorções de energia.

- E aí? - pergunta Sophia.
- Parece que suas células absorvem a energia que é direcionada ao seu corpo. Como se fosse um sistema de defesa.
- Meio óbvio, não?
- Se você deixar eu falar. - diz Ilidan. - Mas quando devolve a energia, seu corpo produz uma energia a mais.
- Então...?
- Se você utilizar com cuidado, vai ser uma ótima vantagem.
- Mas?
- Mas se você não tiver controle, e a energia que seu corpo produzir não sair de maneira adequada, seu corpo se transformaria em uma bomba.
- Uau...
- Afinal, o que é você?
- O que?
- Eu nunca vi ninguém com essas mutações. Manipular tecnologia, agora absorver energia... O que é você?
- Isso não é relevante.

Na empresa...
Gabriel, Aurora e Guilherme vão até o andar do laboratório. No elevador, Gabriel pergunta:

- Como vamos falar? "Olá, podemos ver se sua fonte de energia que vocês criaram está bem segura? É que tem um louco atrás dela".
- Deixa de ser palhaço. - diz Aurora.
- Na verdade, vai ser exatamente isso. - diz Guilherme.
- O que!? - perguntam.
- Ué. Eu não pensei em nada.
- Você não era tipo um "super gênio"?
- Não sei lidar com pessoas.

Então eles entram no laboratório. Enquanto Gabriel e Aurora ficam impressionados com o que veem, Guilherme apenas olha de relance e solta um breve comentário: "Amadores".
O cientista chefe chega e fala com eles:

- Olá! Me chamo Pedro. No que posso ajudá-los?
- Oi, Pedro. - diz Guilherme. - Podemos falar com você em particular?
- Claro.

Ele os levam até seu escritório, pede para se sentarem e Guilherme começa:

- Bom, Pedro, eu me chamo Guilherme. Eu e minha equipe viemos aqui para conversarmos sobre a segurança do seu laboratório.
- Sim, claro.
- Soubemos que recentemente uma bomba eletromagnética foi roubada. E que vocês tem um aparelho que cria grande quantidade de energia. E achamos que os roubos podem está interligados.
- Sim, estou ciente disso. - responde Pedro. - Podem ficar despreocupados.
- Mas, onde fica essa fonte de energia? - pergunta Gabriel.
- Fica no subsolo. Essa fonte é que abastece todo o prédio. Podem acreditar, ela está muito bem protegida.

Guilherme se levanta, aperta de Pedro e agradece pela atenção. Pedro acompanha eles até a entrada do laboratório e saem.
No elevador Gabriel fala:

- Foi rápido demais.
- Não precisávamos de muito tempo. - diz Guilherme.
- Por que? - pergunta Aurora.
- Quando apertei a mão dele, eu soltei um dos meus nano-robôs. Parecido com uma minúscula aranha, que vai invadir o cérebro dele e vai passar tudo para o meu computador.
- Isso não é um pouco perigoso? - pergunta Gabriel.
- Pera, você vai literalmente tirar arquivos de um cérebro humano? - pergunta Aurora.
- O cérebro nada mais é do que um computador, só que ano-luz mais avançado do que qualquer um existente.
- Só eu que estou preocupado do cara ter um derrame?
- Relaxa, isso já foi testado.
- Quando? O cara ainda tá vivo?
- Isso é uma pergunta relativa.

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Na sede dos Maias...
Jéssica e Leonardo terminam o treinamento com sucesso, mesmo algemados, tiveram sintonia em seus movimentos.

- É... Formamos uma bela dupla. - diz ele.

As algemas se desconectam automaticamente e Jéssica anda em direção a porta.

- Qual é, Jéssica. Vai ficar assim mesmo?
- Eu só estou calada.
- Eu não entendo você. Eu mato um monstro e você fica assim, mas um cara foi decapitado na sua frente e você age naturalmente.

Ela para e fala sem virar o rosto para Leonardo.

- Você sabe o que eu passei naquela noite? Eu tive pesadelos com aquele homem, mas tenho que manter o profissionalismo. Tenho que manter compromisso com esse lugar, afinal, sou mais útil aqui do que na minha cama chorando.
- Eu não...
- E a diferença é que tínhamos um plano. Eu entendo que você quis me proteger, agradeço por isso. Mas, você simplesmente preferiu matar do que dá uma segunda chance.
- Eu não queria matar, mas...
- Eu vou falar com o Guilherme.

Jéssica sai da sala de treinamento e vai em direção ao laboratório. Lá, Guilherme começa a diligenciar no computador para descobrir algo na mente de Pedro.

- E aí, o que é isso? - pergunta Gabriel se referindo aos diversos códigos que aparecem na tela.
- É os arquivos do cérebro dele; memórias, emoções, sentimentos, etc.
- Nossa. Achava que ia aparecer como se fosse pastas de um pen drive.
- Vou selecionar os arquivos referentes os últimos dois dias. - diz Guilherme. - Se não, é capaz do computador explodir.
- E depois?
- Esperar a decodificação. Vai levar só alguns minutos.
- Okay.

Jéssica chega no laboratório e diz:

- Hey! Como foram na missão?
- Mais ou menos. - diz Gabriel.
- Gente, posso falar com o Guilherme? - pergunta Jéssica.
- Claro. - dizem.

Gabriel e Aurora saem e Jéssica se senta perto de Guilherme.

- E aí? Descobriu algo?
- Sim. Bom, mais ou menos.
- O que descobriu?

Guilherme deixa a decodificação em segundo plano e ele começa a abrir uns arquivos.

- De primeira não achei nada com a certidão. Então cruzei a data de nascimento e horário. Que por acaso foi muito perto do seu, apenas 10 minutos de diferença. Então invadi a rede de informação do hospital e advinha...
- O que?
- Nada! Seja lá quem for, não tem histórico de nada.
- Então ela não existe?
- Teoricamente, não. Então fui investigar a mascarada.
- E aí?
- Não é a primeira vez que ela aparece. Ela já foi flagrada por câmeras de segurança antes. Mas o estranho é que essas filmagens não estão na internet. Eu tive que buscar isso na DarkWeb. Okay, que coincidência duas pessoas que não querem ser achadas. Cruzei a data de nascimento da sua certidão e a fisionomia da mascarada e possivelmente tem a mesma idade.
- Então são a mesma pessoa?
- Teoricamente sim.
- Preciso achar ela.
- Por que?
- Além dela ter me salvado. A certidão de nascimento, que pode ser dela, estava na minha casa. Tem como achar ela?
- Bom, me aprofundando na DarkWeb, onde achei as filmagens, eu achei um outro link.

Então Guilherme abre e mostra na tela do computador que tem "Assassina de aluguel".

- Então só contratar ela e achamos ela.
- Bom, mas ela só é contratada para matar ladrões, pedófilos, assediadores e corruptos.
- Sorte que eu conheço uma ladra. - diz Jéssica se levantando.
- Onde vai?
- Falar com uma amiga.

Jéssica sai do laboratório e Guilherme continua procurando nos "arquivos" da mente de Pedro.

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Na casa de Gabriel...
Ao chegarem, ele vai direto tomar um banho e Aurora sobe para o seu quarto. Ao abrir a portam ela ver a Sra. Martins arrumando a sua cama.

- A senhora sabe que não preciso arrumar meu quarto. - diz Aurora. - Pode deixar que eu arrumo.
- Aurora, já disse que pode me chamar de mãe. E também, você vive nesse estágio e na universidade, chega cansada.

Aurora sorri e a Sra. Martins aperta sua bochecha e sai. Ela liga seu computador e bota seus fones de ouvido. Desde de nova, se sentia bem ouvindo músicas, uma forma de se escapar do restante do mundo. Afinal, boca fechada, mente barulhenta.
Depois de alguns minutos, ela percebe que alguém está abrindo a porta. Então ela tira os fones, pega uma faca que fica embaixo da gaveta, e joga na porta.

- O que eu fiz? - pergunta André com a voz tremula. - Tá de TPM?

A faca por poucos centímetros não o acerta.

- Ai meu Deus! Desculpa.
- Hora ruim?
- Não. Só não esperava sua visita.
- É que eu vim pedir um conselho.
- Sério? Senta aqui. - diz Aurora se referindo a cama, que é ao lado do computador.

André tira a faca da parede e diz: "Boa pontaria". Ele se senta na cama e começa a falar:

- Bom, eu tô gostando de uma menina que estuda na minha escola. Só que ela não sabe. Como eu faço pra dizer a ela?
- Primeiramente, tem que ser pessoalmente. Arranja um momento legal, só vocês, ai só dizer.
- E como eu digo?
- Só solta seu coração. Se for de coração, ela vai se amarrar.
- Okay, vou tentar.
- E outra, se arruma bonitinho.Ninguém gosta de gente porquinha.

André ri e abraça Aurora.

- Valeu de novo "Rora".
- De nada "dengo". Por que não falou com seu irmão?
- Eu falei.
- O que ele disse?
- "Só vai, tio".
- Bem a cara do Gabriel.

Andre se levanta e dá a faca para Aurora. "Na próxima, eu bato" diz André.
Ela ri e ele sai do quarto.

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Na casa de Ruth...
Jéssica entra e ver que não tem ninguém.

- Olá? Tem alguém ai?

Sério? Você ver que não tem ninguém e ainda pergunta?
Jéssica anda e de repente Õkami pula em cima dela. Com suas patas, ele imobiliza os seus braços e começa a farejá-la.

- Por favor, não me mata. - diz Jéssica.
- Eu não vou matar você.

Ela abre seus olhos e ver que é o lobo que achava que estava morto.

- Jéssica? - pergunta Ruth. - O que faz aqui?
- Vim pedir um favor. Lobão, pode sair de cima de mim?

Õkami se levanta e ajuda Jéssica a se levantar.

- Me desculpe. - diz Õkami.
- Tudo bem. Você continua vivo depois daquela queda? - diz ela bastante animada.
- Do que você tá falando?
- Ele não lembra de nada desde que achei ele. - diz Ruth.
- Você me conheceu antes de eu me tornar isso?
- Não. Conheci quando você se tornou um lobão.
- O que veio fazer aqui? - pergunta Ruth.
- Vim pedir um favor.
- Eu não faço favores.

Antes que Jéssica responda, o seu celular toca. "Jéssica! Sede dos Maias. Agora" diz Samantha.

- Poxa, Ruth. Foi bom te rever, espero que você se junto a gente em breve.
- Não irei. Se cuida.

Jéssica abraça Õkami e diz: "Fico feliz que esteja bem, lobão" e corre para fora.

- Sua amiga? - pergunta Õkami.
- Minha ex-parceira.
- Não sabia que você tinha uma equipe.
- Não tenho.

Ela dá meia volta e diz: "Vamos continuar o treinamento?"

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Na sede dos Maias...
Jéssica chega correndo no laboratório.

- Me desculpem o atraso. - diz Jéssica ofegante.
- Agora que estão todos aqui. - diz Verônica. - Guilherme, pode dizer.
- Bom, eu vasculhei a mente de Pedro e lá encontrei a memória referente a fonte.
- E aí? - pergunta Aurora.
- A segurança foi enfraquecida no andar da fonte. Da mesma maneira que na vez da bomba eletromagnética.
- Então o roubo foi a armação? - pergunta Gabriel.
- Teoricamente, sim.
- Mas por que? - pergunta Jéssica.
- Não achei o motivo. Mas sei quando vai acontecer.
- Quando?
- As 19:00 horas do dia de hoje.
- Daqui a meia hora. - diz Verônica. - Se preparem.

Ela sai e eles vão pegar seus equipamentos. Mas antes, Guilherme e Ilidan falam com eles.

- Usem isso. - diz Guilherme dando uma caixa a cada um.
- O que é isso? - pergunta Leonardo.
- Abram.

Eles abrem e dentro de cada caixa, tem uma máscara, distintas uma das outras.
Gabriel bota e Guilherme diz: "Ela é flexível. Vem com sensores que vão ajudar a perceber o que acontece ao seu redor."
Leonardo bota.
"Ela tem uma lente especial. Visão ultravioleta, infravermelho, térmica e zoom."
Jéssica bota.
"Vai ajudar na correção de suas cores. Além de dá um charme a mais."
Sophia bota e Ilidan dá um par de luvas para ela e diz: "Desenvolvi hoje a tarde, vai ajudar na absorção de energia."

- Já estava na hora de vocês terem suas identidades protegidas. Se não, uma hora ou outra, alguém iria ver vocês. - diz Guilherme.
- Obrigado. - dizem.

Aurora senta e bota a escuta e começa a hackear as câmeras de segurança do lugar. O restante põem as escutas e saem. Gabriel, Leonardo vão no carro, enquanto Jéssica e Sophia vão na moto.
Chegando lá, Gabriel e Leonardo invadem e vão direto para o subsolo, com a orientação de Aurora. Sophia e Jéssica ficam fora, para caso o invasor apareça.

- Okay. Jéssica e Sophia, fiquem na retaguarda caso o invasor chegue. - diz Aurora.
- Pera. Isso é uma disputa de quem rouba a fonte primeiro? - pergunta Jéssica.
- Agora isso me fez parar pra pensar. - diz Leonardo.
- Verdade. - diz Gabriel. - Nós somos os mocinhos ou não?
- Gente. Foco. E não, nós vamos "roubar" apenas para protegermos melhor. - diz Aurora.
- Era o que um ladrão diria. - diz Leonardo.

Quando Gabriel e Leonardo chegam no subsolo, os seguranças os atacam, mas são derrubados facilmente.

- Pelo visto. A segurança foi enfraquecida mesmo. - diz Leonardo.

Jéssica e Sophia avistam um homem alto de capuz indo devagar na direção delas. Elas se preparam para se defender, mas de repente, ele aparece atrás delas. Solta um pulso gravitacional com as mãos, jogando-as alguns metros dali.
Sophia se levanta e se prepara para atacar, mas em um piscar de olhos, ele aparece na sua frente e somente com uma mão, começa a sufocar, levantando-a do chão.

- Você não deveria está aqui, viajante do tempo. - diz ele calmamente.
- Q-Quem é você? - pergunta Sophia quase sem fôlego.

Ele sorri e a joga em Jéssica, que estava preste a atacá-lo.
"Gabriel, Leo, peguem a fonte e saiam daí, o invasor já chegou" diz Aurora.
Gabriel tenta desconectar a fonte, mas falha, pois ela está bem fixa na sua base. Então Leonardo pega uma de suas flechas e tenta tirá-la a força. Então, o homem chega onde eles estão, Gabriel pega seu bastão e luta contra ele, mas apenas com três golpes, é imobilizado e derrotado. Leonardo olha para trás e se ver cara a cara com homem. Antes dele pegar suas flechas, é jogado na parede.

- Olá, Arqueiro. Sempre soube que você seria o primeiro a morrer, mas essa não é a hora certa.
- Idiota.
- O que?

Leonardo joga uma flecha no rosto do homem, mas antes que ela o atinja, pega a flecha e enfia na perna direita de Leonardo, que grita de dor.
O homem tira a fonte com suas mãos e em uma fração de segundos, ele desaparece.
Um bilhete fica no local onde o homem estava, com apenas um símbolo escrito nele; α .  
Jéssica e Sophia chegam e ajudam os meninos a se levantarem. Sophia tira a flecha de Leonardo e o ajuda a se levantar, apoiando ele em seu ombro. Jéssica ver o bilhete e pega.

- O que é isso? - pergunta Jéssica.
- Um peixe? - pergunta Leonardo.
- É uma letra Grega. - diz Aurora, pela a esculta.
- Qual? - pergunta Leonardo.
- Alfa.

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Na sede dos Maias...
Leonardo é levado a enfermaria, enquanto o restante da equipe vai falar com Verônica.

- Quem era aquele cara? - pergunta Jéssica. - Ele antecipou nossos movimentos como se soubesse o nosso estilo de luta.
- Na verdade. - diz Aurora. - Ele parecia que sabia que eles estariam lá.
- Eu também não sei. - diz Verônica. - Já tentamos interrogar o usuário de correntes, mas sem as cordas vocais é praticamente impossível.
- E a mestra das mentes? - pergunta Gabriel. - Ela pode ajudar.
- Não tinha pensado nisso. Samantha, fale com Alânia, diga para ela vir na minha sala.
- Sim, senhora.

Na enfermaria, Leonardo fica esperando a médica chefe ir falar com ele para libera-lo, já que seu ferimento já está enfaixado. Jéssica entra no quarto e senta ao lado da cama dele.

- Oi, você tá melhor?
- Oi... Ainda está brava?
- Não preciso. Eu... Superei.

Ela não quis dizer que Õkami está vivo, pois achou melhor manter esse segredo.

- Tão rápido?
- Sim. Sou forte, sabia? - diz ela soltando um sorriso.
- Mesmo assim.
- Relaxa e tenta melhorar.

O telefone dela toca e ela ver que é de Guilherme.

- Melhoras... E desculpa por reagir com infantilidade.
- Eu que peço.

Ao sair, Jéssica esbarra com Aurora na porta, que diz: "Que bom que se resolveram". Ela entra no quarto e pergunta:

- E aí, tudo bem?
- Tô suave. Descobriram quem é o esquisitão?
- Vão descobrir logo.

Aurora pega na mão de Leonardo e eles se encaram por alguns segundos, até que a médica chefe entra dizendo: "Desculpe pela demora, é que estava esperando meu filho e..." ela se vira e Leonardo ver quem é...

- Mãe?
- Leo?
- Srta. Sara?
- Aurora?

No laboratório, Jéssica vai falar com Guilherme sobre a moça mascarada.

- Hey! E aí, qual o plano? - pergunta Guilherme.
- Vou contratar ela.
- Como?
- Vou pagá-la para matar a Ruth.

Enquanto isso, Sophia se prepara para ir para casa mas ao subir na moto, ela tem uma visão de seu pai.

- Tudo bem, Sophia? - diz Amanda.
- Oi, Amanda. Sim, estou. Só uma coisa estranha.
- O que?
- Como se as memórias do meu pai tivessem sumindo.

Amanda se assusta e fala:

- Algo deve ter acontecido com seu pai.
- E por que estou sentindo isso?
- Porque foi no passado. Você precisa voltar e ver se ele está bem.
- Okay. Espero não errar a data. Em que dia devo voltar?
- Dia 24 de Dezembro, 2017.

Sophia fecha os olhos e bota as duas mão sobre o peito. Se concentra em sua energia e solta por todo o seu corpo e se forma uma bolha de luz azulada ao redor dela.

- Volto assim que possível.
- Okay.

Sophia some logo em seguida.
"Espero que essa seja a realidade certa" diz Amanda consigo mesma.

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65 32 97 115 115 97 115 115 105 110 97 32 233 32 111 32 114 101 102 108 101 120 111 32 100 97 32 100 97 108 116 244 110 105 99 97 46