Protocolo Heróis | Capítulo VIII - Força



Ao entrar, Sara ver seu filho. Que logo pergunta:

- Mãe? O que você tá fazendo aqui?
- Eu trabalho aqui. E o que você tá fazendo aqui?
- É... Hospital público tava lotado?
- Aurora, me explique isso.
- É... Nós somos agentes daqui.
- Eu não estou acreditando nisso. Eu... Eu... AH.

Sara sai furiosa. Leonardo tenta se levantar para segui-la, mas o ferimento de sua perna ainda é muito forte. Então Aurora manda ele ficar e vai atrás dela. Sara vai até o escritório de Verônica, que ao entrar vai logo falando:

- Que ideia foi essa de convocar meu filho?
- Olá, Sara. - diz Verônica calmamente.
- Não me venha com "Olá Sara". O que estava pensando?
- Samantha, por favor,traga um pouco de água para a Sara.
- Sim, senhora.
- Sara, sente-se. Não entendo sua reação. Você sabe que seu filho tem capacidade para isso. E o Protocolo escolheu...
- Pera, então quer dizer que ele faz parte da nova geração?
- Sim.
- Qual é a sua ideia? Ele é apenas um adolescente.
- Por isso é o candidato perfeito. A criatividade dele para resolver problemas complexos é o que precisamos.
- Criatividade? Chama um escritor.
- Controle seu tom.
- Só estou dizendo que não conte com meu filho nisso. - diz Sara se levantando.
- Sara, precisamos dele.
- Não. Não precisam.

Ao sair do escritório, ela esbarra em Aurora, que tenta se explicar.

- Sa-Sara... Deixa eu explicar.
- Não precisa.

Ela segue para a enfermaria deixando Aurora sozinha.

- Não se preocupe, isso vai se resolver. - diz Amanda.
- De onde você surgiu? - pergunta Aurora assustada.

Amanda sorri e sai. E novamente, Aurora fica sozinha. Só espero que não fique assim pelo resto da história.
Chegando na enfermaria, Sara pega os pertences de Leonardo e põe dentro de uma mochila.

- Vamos. - diz Sara fechando a mochila.
- Pra onde?
- Casa.
- Mas...
- "Mas" nada, Leonardo. Vamos.

Sara ajuda seu filho se levantar e o leva para o carro dela, que está na garagem da sede.
O silêncio dos dois toma conta do carro o caminho inteiro. E só é quebrado no momento em que chegam em casa. Leonardo desce do carro e mesmo com dificuldade para andar, recusa a ajuda de sua mãe para entrar em casa e subir para o quarto. Apenas pega a mochila e sobe em silêncio.

- Oi querida. - diz Tomas, pai de Leonardo. - Finalmente chegaram. Onde ele estava?
- Na casa do Gabriel. Tinha se machucado, como sempre. Como foi o trabalho?
- O de sempre, só algumas explosões. E o seu?
- Chato.
- Fiz o jantar. Sabia que ia chegar cansada.
- Obrigada, querido.

No seu quarto, Leonardo amassa várias folhas de papel e tenta acertar no lixeiro. Porém, não acerta nenhuma. Enquanto ele joga as bolinhas de papel, ele é surpreendido pela Aurora, que aparece em sua janela. Leonardo abre e pergunta:

- O que tá fazendo aqui?
- ... Vim comprar pão.
- Chata.
- Posso entrar? Tá frio aqui.
- Entra.

Aurora pula para dentro do quarto e olha para a lixeira com as bolinhas ao redor.

- Tudo bem? - pergunta ela.
- Tudo...
- Sei que não tá.
- É que, sei lá... Eu sempre senti que era destinada a algo maior. Mas quando eu finalmente tenho a chance de mostrar o meu valor...
- Se sente impotente por não fazer nada quando sua mãe da uma ordem.
- É estranho isso. Sou um herói, mas não consigo enfrentar minha mãe.
- Oh nossa! Maldita boa educação. - diz Aurora ironicamente.
- Chata. - diz ele soltando um sorriso. - Alguma novidade?
- Os meninos ainda estão investigando. Estão usando a digital que ficou na sua flecha.
- Bom...

E antes de Leonardo continuar, ele é interrompido pelo celular de Aurora.

- Fala. - diz ela atendendo o telefone.
- Assalto no museu da zona leste. - diz Gabriel pelo celular.
- Isso não é caso para polícia?
- O assaltante está usando arma a base de mutation.

Aurora se cala e Leonardo pega na mão dela e diz:

- Vai. Eles precisam de você.
- E eu achando que ia ter pelo menos 5 horas de sono hoje.

Depois dela sair do quarto, a mãe de Leonardo entra e se senta ao lado dele.

- Me desculpe por me exaltar hoje mais cedo.
- Sabe, eu não entendo. Você também escondeu esse segredo.
- Nunca escondi que sou médica.
- De uma associação secreta?
- Bom, não.
- Tá...
- Olha, eu atendi a antiga geração. E era diariamente, ferimentos tão pesados que alguns deles quase sempre perdiam membros.
- Eu não estou assim.
- Ainda. Logo você pode... Eu não quero pensar nessa possibilidade.
- Mãe, eu quero ajudar as pessoas que nem essa antiga geração.
- E se acabar morto, Leonardo?
- Morrerei de forma nobre. Protegendo as pessoas.
- Desculpe, mas minha decisão ainda é a mesma.
- Pode ao menos não contar para a mãe do Gabriel e da Aurora?
- O Gabriel também tá metido nisso?
- Sim.
- Pode deixar. Seria ridículo me envolver na vida deles dessa maneira. Mesmo eu me importando.
- Obrigado.

Sara se levanta, mas antes de sair do quarto, ela olha para seu filho e diz:

- Boa noite, filho.
- Boa noite.

Ela sai do quarto e Leonardo começa a se olhar pelo reflexo do vidro da Janela. Pensando se um dia terá a chance de voltar a ser um herói.
A semana vai passando e ele só ver seus amigos no turno da escola. Conforme os dias iam passando, ele ia sentindo mais saudade e necessidade dos treinamentos. Então, com ajuda da Aurora, secretamente, ele treinava todas as noites com ela em seu quarto. E quando ela não ia, Gabriel repassava os treinamentos de Amanda. Enquanto Jéssica, ajudava-o levando seus equipamentos. Mesmo longe da sede, ele procurava está sempre em forma e bem disposto, pois acreditava que isso é só questão de tempo... E não podia está mais certo.

- Filho, acorda. - diz Sara entrando no quarto.
- São 6 da manhã... De um sábado.
- Você disse que iria comigo me ajudar nas compras.
- Porque achava que iria ser em um horário normal.
- Deixa de ser reclamão. Desce logo.

Leonardo se levanta e se arruma. Enquanto veste a camisa,ele observa os hematomas deixados por Aurora durante o treinamento da noite anterior... E ao ver dele, era isso que queria.
Ele se veste e desce logo em seguida. Sim, ele nem ao menos pisou no banheiro. Entra no carro e junto com sua mãe, seguem para o centro da cidade. Minutos depois, Sara para quebrar o silêncio, joga uma piadinha para seu filho.

- Bom, você escovou os dentes?
- Ah é... Eu esqueci.
- O que!? Pega o enxaguante bucal que tem no posta-luvas.
- Não precisa disso.
- Não vai andar com bafo de onça por aí.

Leonardo abre o porta-luvas e tira a garrafa de enxaguante bucal. E ao mesmo tempo que limpa sua boca, Sara começa a falar.

- Bom, você se adaptou rápido. Digo, sobre sair dos Maias.
- Uhum. - responde ele com a boca cheia.
- Você sabe que eu fiz isso pro seu bem.
- Hum.
- Quero de contar uma coisa.
- Hum?
- Eu ouvi sua...

Antes dela terminar, uma explosão vindo do alto de um prédio a interrompe. E por conta dos destroços que começam a cair dele, é causado um acidente logo frente a eles, impedindo deles passarem. Sara e Leonardo saem do carro e ajudam as pessoas a se retirarem.

- O que foi isso?

Leonardo cospe o enxaguante bucal e diz:

- Parece que a explosão veio lá de cima... Nossa, minha boca tá até mais refrescante.
- Não é hora pra isso.
- De que é esse prédio?
- Escritório de advocacia.
- Então deve ter um bom motivo para isso. Vou lá ver.

Mas antes dele se afastar, sua mãe o puxa pelo braço.

- Não. É perigoso.
- Mãe, alguém pode tá precisando de ajuda. E você deixando ou não. Eu vou ajudar.

Ao ver seu filho, Sara percebe que a criança que tinha medo de escuro, ficou para trás. E na frente dela, está um novo homem, que aprendeu com ela o real significado da palavra: "altruísmo". Agora ver quem ele está destinado a ser... Um herói... O Arqueiro.

- Vai. Eles precisam de você. - diz ela dando máscara de volta. - Tá na hora de usar novamente.
- E eu achando que ia só fazer compras.

Ele corre para dentro do prédio e Sara começa a tirar as pessoas do local. Leonardo bota a máscara e vai pelas as escadas até a origem da explosão. E quando percebe que chegou, entra lentamente no andar atrás de alguma vítima. Não ver ninguém, somente uma bagunça por todo lado. Vidros, copos, papeis, entulhos e aparelhos eletrônicos jogados pelo chão. Até que ouve uma voz aguda vindo do cômodo ao lado. Se abaixa e observa através da parede, ou o que restou dela. Um homem alto, magro, segurando um senhor pelo pescoço com uma mão e com a outra uma faca.
O homem joga o senhor no chão e começa a morder o polegar dele. Junto aos gritos de desespero do senhor, o seu dedo é arrancado fora. Com isso, o homem começa a rir com sua voz fina e macabra.

- Agora peço perdão. Pois não vou deixar testemunhas. Não vou não.
- Por favor, eu tenho família.

Antes dele acertar a faca no senhor, Leonardo joga uma pedra em sua mão.

- Desculpa esquisitão. Você não vai matar ninguém.
- Que garoto metido de vir aqui. Como consequência, terá o seu fim.

Sério, quem escreve essas "rimas"? Ele tem pronta ou escreve num papel para não esquecer?
O esquisitão, digo... O homem saca sua arma e atira em direção ao Leonardo. Mas rapidamente, ele se protege com uma mesa que estava na sua frente. Porém, a arma era a base de mutation. E disparou uma forte rajada de energia, que destruiu boa parte do restante do andar.

- Sua morte foi em vão. Achei que iria ter um pouco de diversão.

MEU DEUS. ALGUÉM FAZ ELE PARAR.

- Tem certeza? Olha de novo?

Com a poeira se desfazendo, ele ver que Leonardo apenas redirecionou a energia usando a mesa.

- O que? Isso é impossível. Sua morte era algo irreversível.
- Física... Seu idiota.

Na verdade, foi sorte. Mas ele queria ter uma frase de efeito bacana.
Leonardo joga a mesa para distrair o homem. Quando desvia, os dois começam a lutar. Por conta de está sem seu arco, fica na desvantagem e acaba caindo de tantos golpes sofridos.

- Quem é você?
- Da morte sou encarregado. Pode me chamar de...

Antes dele terminar de falar, Leonardo chuta sua cara e se levanta.

- Que raiva dessas tuas rimas.

Ele vai até o senhor e o ajuda a se levantar e a sair. Mas é puxado de volta.

- FUJA.

O homem vai atrás do senhor. Mas Leonardo pega um pedaço de vidro e corre em direção ao inimigo.

- Aí, porte ambulante. Olha pra trás.

Antes dele se virar, Leonardo pula por cima dele.

- Agora olha pra cima.

Ele joga o vidro no olho esquerdo do homem, que começa a gritar e Leonardo diz:

- Fica de olho.

De repente, o grito se transforma em um riso. Macabro e agonizante.

- Nossa. Foi tão boa assim?

O homem rapidamente aponta sua arma para Leonardo, que por reflexo, joga um pedaço de ferro no cano da arma.

- Mas que porcar...

A energia se acumula na arma, causando uma explosão a partir dela. Fazendo ele ser jogado janela a fora em direção ao chão. Mas antes de cair, algo ou alguém o pega.


Leonardo acorda na enfermaria da sede dos Maias e ver Aurora ao seu lado.

- O que aconteceu? - pergunta ele com dificuldade.
- Não se esforça. O Gabriel pegou você antes de cair. Mas ainda tá com várias queimaduras pelo corpo.
- E por que me trouxeram para cá?
- Porque só aqui tem tecnologia o suficiente parar tratar disso. - diz Sara. - E também, o hospital público estava lotado.
- Obrigado.
- De nada, filho. Agora, se me dão licença, vou me desculpar com minha chefe.

Ela sai em direção ao escritório de Verônica, deixando-os sozinhos.

- Vocês sabem o que o mosquito de 3 metros queria com aquele senhor?
- Estão pesquisando. Mas ele erá um zelador. Sem passagem pela polícia. Paga todas as contas. É aparentemente, só uma pessoa comum.
- Isso que me assusta.

No caminho do escritório, Sara se esbarra com Jéssica.

- Do-Dona Sara?
- Até você?
- Minha nossa.
- Relaxa, seu segredo tá guardado.

Jéssica sorri e agradece. Ela vai até Guilherme e pergunta:

- E aí, tudo pronto?
- Com certeza.
- Vamos descobrir isso logo.

Enquanto isso, em um lugar desconhecido...

- Senhor, o Número 34 morreu na missão. Mas ele conseguiu seu objetivo.

Abre a maleta com o dedo do senhor em conservamento com gelo.

- Uma perda aceitável. Prepare para a próxima fase.
- Sim, senhor.

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Et simul viator fuit, perdidit in tempore suo