Entrelaços | Capítulo I - Escolhas

Você já sentiu que o mundo é mais que os que seus olhos lhe mostram? Como se tudo o que você ver é apenas uma capa e que o real mundo tá por trás dela, apenas escondendo o que o verdadeiro mundo tem para mostrar... Isso pode não ter sentido para você, mas acredito que depois de lhe contar uma história, você possa mudar de opinião.

Jonh e Katarine estão amarrados de costas um para o outro que parece ser uma caverna, onde ele tenta a todo custo pegar um cajado que está um pouco a frente deles. Estão iluminados pelo brilho de algo acontecendo a alguns metros deles, um jovem rapaz levitando no meio de uma espécie de luz que atravessava o corpo dele e ia para os céus.

- Temos que conseguir pegar seu bastão. - diz ele.
- Mais uma vez, como vamos conseguir? Já era. Ele conseguiu o que queria.
- Vai desistir assim? Quando lhe encontrei, você disse que faria de tudo para cuidar dele.

Eles são interrompidos por um estrondo causado por uma fenda abrindo nos céus, de forma circular de um diâmetro de 15 metros e aumentando gradativamente a medida que o brilho ia se intensificando. Soltando um assobio de surpresa, Jonh diz:

- É, temos 15 minutos. Vai ser pra hoje?
- É difícil se concentrar com você no meu ouvido.

Algumas horas atrás...
Ambos vão atrás de Alexander, aflitos e com Katarine preocupada com um mapa em sua mão, aparentemente mágico, pois as coordenadas se clareavam por onde passavam. Jonh com seu livro procura um encantamento que irá ajudá-los quando acharem ele.

- Tem certeza que ele tá por aqui? - pergunta ela.
- Tenho sim. Dá pra se acalmar?
- Acalmar? Ele tá infectado, esqueceu? Temos algumas horas para achar, caso o contrário-
- Caso o contrário nada. - interrompe ele.
- Era pra ele está curado. Você havia me prometido.
- Olha só, se não fosse por mim, nem se quer você teria descoberto da infecção. Então se acalme e não jogue a culpa em mim, porque estou fazendo o meu possível aqui. E você reclamando não está ajudando em NADA.

Ela se irrita, mas começa a chorar em seguida. Se senta próximo de uma árvore e tenta conter as lágrimas. Ele se senta junto a ela e se desculpa por ter sido arrogante.

- Não, você tem razão. - diz ela com voz de choro. - Temos que achar ele.

Eles veem uma luz no céu noturno e decidem ir até lá, pois sabem que é onde Alexander pode estar. Estendendo os braços, Jonh abre caminho dizendo encantamento do livro, com as árvores se curvando deixando o caminho livre para irem mais rápido. 
Enquanto corriam, as tatuagens tribais em forma de estrela, no braço de Katarine começava a brilhar. Ao perceber, Jonh diz:

- Você já não tem mais escolha, tem que aceitar... Vai ser mais útil assim.
- Isso não é hora pra isso.
- Essa é a melhor hora pra isso.

Ela se cala e corre mais rápido indo na frente dele. "Garota teimosa" diz ele pra si mesmo.

Tudo bem, você pode está confuso, certo? Então vamos contar essa história do começo...
Tudo começa em uma cidade pequena, onde tudo acontece normalmente e nada fora do comum. Onde os moradores não ficam no tédio, mas também nunca fazem algo extraordinário. Uma moradora dessa cidade, Katarine já estava acostumada com esse estilo de vida, pois vivia cansada, mesmo jovem, no desabrochar dos seus 23 anos, já vivia com exaustão diária. Cuida sozinha de seu irmão, que tem apenas 13 anos. Ela trabalha dia, tarde e um pouco da noite em um restaurante local como garçonete e no fim do dia ajudava seu irmão em atividades escolares e também tentava dá a devida atenção à ele, como uma figura materna, pois ela o viu crescer e se tornar o garoto de sua vida, como ela costuma dizer. Ela segue essa rotina desde dos seus 18 anos, quando sua mãe some em uma viagem e seu pai, bom, nunca teve notícias dele. Mas, mesmo cansada, arrumava tempo para se divertir, indo em festas, namorando, mas ao passar dos anos, decidiu se dedicar mais ao seu irmão, pois era a única família dele e vice-versa. Mas, vamos descobrir como tudo isso começou a ficar mais interessante...
Em um dia normal, Katarine perto de encerrar seu horário, começa a arrumar suas coisas para não perder tempo e ir para casa, pois era fim de semana e eles tinham marcado de ver alguns filmes quando ela chegasse. Vai até o banheiro dos fundos para tirar o uniforme e trocar de roupa. Quando sai, ver Roberto, colega de trabalho que tinham até certo grau de intimidade, mas nada que fosse acima do normal. Pois mesmo ela sendo extrovertida, também era muito reservada.

- Oi. - diz ele. - Você vai fazer algo, depois daqui?
- Eu vou direto pra casa. Por que? Precisa de algo? - diz ela indo até sua mochila, guardar seu uniforme.
- Tava pensando em a gente ir tomar um sorvete, ou um café. Quem sabe...
- Bom, eu... Eu realmente tenho que ir, quem sabe outro dia.
- Você vive me enrolando. - diz ela soltando um sorriso.

De fato, mesmo Roberto sendo muito atraente e com Katarine vendo que ele lhe dava bola, ela nunca deu um passo a frente com ele. Mas, pensa duas vezes e vê uma desculpa para se atrasar um pouco. Pois, ela também merecia um pouco de tempo pra si. Pega seu celular e digita a mensagem para seu irmão: "Oi, como você tá? Vou demorar um pouco, vou só comprar uma janta especial pra gente, okay? Beijos". Ao enviar a mensagem, ela aceita o convite.

- Okay. Eu realmente tô te devendo essa. - diz ela. - Mas, não vou poder demorar muito, certo?
- Pode deixar.

Ela sorri e já imagina que segundas intenções ele queria, mas não liga, pois também quer. Ela termina de se arrumar e sai, pega seu capacete e suas chaves e vai para sua moto. Enquanto esperava Roberto, ela ver que seu irmão respondeu sua mensagem. 

Pequeno: Okay :) Vou separando os filmes então.
Katarine: Certo, vai querer que eu leve algo?
Pequeno: Pode trazer pizza?
Katarine: Claro. Logo chego aí.


Ela desliga o celular e nota que já está escurecendo. Logo ver Roberto saindo também, sem seu uniforme nota que ele é mais atraente do que via no trabalho.

- Você tá bonito.
- Obrigado. Você também tá muito gara.
- Valeu...
- Então, para onde vamos? - pergunta ele.
- Podemos passar na pizzaria? Preciso pedir a janta do meu irmão.
- Claro. Conheço uma ótima.

Ela liga a moto e vai na frente com ele seguindo-a em sua moto. Em alguns minutos, eles chegam na pizzaria que ele disse, estacionam um pouco longe e vão andando, conversando...

- Qual foi o milagre de você aceitar hoje?
- Como assim?
- Eu sempre te chamava para sair e você nunca deu muita importância.
- Eu tenho o irmão... E eu invisto meu tempo nele.
- Que fofo. Mas como vive assim?
- O que?
- Como vive se você tá vivendo pelo seu irmão.
- Ele é uma criança e só tem a mim. É o mínimo que eu poderia fazer.
- Ah sim. Claro. - diz ele mudando um pouco seu tom. - É muito importante isso, as crianças precisam de cuidados.
- Eu cuido do meu a muito tempo. Somos inseparáveis, sabe? - diz ela meio risonha. - Teve uma vez, quando ele foi para a escolinha nova, o coitado começou a chorar tadinho. Tive que ir buscar ele, pois ficou com medo das professoras que estavam vestidas de palhaços.
- É... - fala Roberto voltando para a realidade, percebendo que ela está rindo, começa a forçar um riso improvisado.

Ela se cala depois disso e entram na pizzaria, indo se sentar na mesa para fazerem o pedido. Enquanto esperam, ele pede uma bebida e pergunta se ela quer também, que recusa, pois está dirigindo, mas ele insiste e diz que vai pedir uma bebida fraca e que não iria embebedá-la. Pensando um pouco, acaba aceitando botando apenas um pouco em seu copo, como diz ela: "Apenas para tirar o gosto da boca". Começam a conversar, e ele tenta puxar o assunto para algo mais pessoal dela com a pergunta:

- Mas, você tá namorando? - pergunta ele.
- Não tenho muito tempo pra isso. Tenho outras... Responsabilidades, se fosse pra dividir a vida com alguém, que fosse alguém que se adaptasse a isso.
- E que responsabilidades são essas?
- Isso é bem complicado.
- Mas você não sai ou se diverte?
- Me divirto sim. Mas vou te dizer, faz um tempo que não saio. - diz ela soltando uma leve risada.
- Então, já saiu com outros?
- Faz um bom tempo...
- Quer esperar essa pizza lá em casa? Pago a taxa de entrega.
- Vou falar com a atendente. - diz ela se levantando.

Katarine pensa bem novamente sobre isso, mas decide ir. Pois sabe que não pode se atrasar muito. Porém, sabe que também merece um pouco de diversão. Muda o pedido para entrega, para o endereço que Roberto dá chegando ao balcão e vão para casa dele. Chegando lá, ela vê que a casa dele é bastante espaçosa. Bota sua mochila no sofá e anda com ele até a cozinha, onde ele oferece água. Ela aceita e diz:

- Você mora sozinho?
- Sim, gosto dessa independência.
- Que legal... Como se mantém? Tipo, essa casa é enorme e você só trabalha de garçom.
- É... Na verdade, meu pai é o gerente.
- QUE!?
- Pois é. - diz ele rindo. - Eu trabalho lá só pra ocupar o tempo.
- Então... Ele que paga as despesas dessa casa?
- Sim. Da conta de luz às compras do mês.
- Que legal. - diz ela bebendo a água, quebrando a ideia que tinha dele.

Ela põe o copo na mesa e nesse mesmo momento, ele a puxa e beija ela. Que retribui o beijo e continuam ali mesmo. Ele vai acariciando seu corpo e ela vai deixando, pois não tinha essa sensação a algumas semanas, quando ficou com uma amiga que morava longe, mas isso é outra história. Enquanto eles se beijam, ouvem a campainha... A pizza chegou. Vão até o portão, paga o moço e com a caixa de pizza na mão, ela diz que já tinha que ir. Ele beija seu pescoço e pede pra ela ficar ficar mais um pouco, que não iria demorar. Ela já estava com animo por conta da bebida e depois do beijo que recebeu, queria um pouco mais. Bota a pizza na mesa e vão para o quarto dele, que vão até lá trocando beijos e carinhos pelo corpo, com ele falando tudo que irá fazer com ela log em seguida, que se anima tirando as peças de roupa uma por uma. Chegando no quarto, ela tem seus desejos carnais expostos, ficando em seu colo por alguns minutos, mas que logo adormece antes mesmo de realizar cada um de seus pensamentos que estavam acumulados. Sai de cima dele, veste sua camisa e ainda um pouco procurando o resto de suas roupas.
Enquanto veste seu short, olha para Roberto que dorme como uma pedra e seus pensamentos apenas de arrependimento e de um conselho de sua amiga que dizia para não depositar expectativas em quem fala demais, ao mesmo tempo que sente falta da boca silenciosa dela.
Ela pega a pizza, suas chaves e vai para sua moto que vai até sua casa. Pegando o caminho mais rápido, cortando o centro da cidade para chegar mais rápido. Quando para em um sinal vermelho, só consegue pensar no arrependimento de ter topado algo que não serviu nem para se sentir mais relaxada ou pelo menos saciar um pouco do que estava tão acumulada. Esperando o sinal abrir, sente seu telefone tocar em seu bolso. Ela olha e é seu irmão...

- Oi, desculpe a demora, já tô no caminho—
- Alô, é a irmã de Alexander? - diz uma voz feminina interrompendo-a.
- Sim... O que houve com ele? Quem está falando?
- Seu irmão está no hospital. Foi picado por uma cobra e está sobre cuidados médicos.
- O QUE!? Estou indo aí... Q-Qual hospital!?
- São Lucas.

Ela desliga o celular e dá meia volta, soltando a caixa da pizza que estava em uma de suas mãos e acelerando ao máximo em direção ao Hospital.
Quando chegam lá, ela ignora a recepção e vai direto procurando o quarto onde seu irmão está. Um dos enfermeiros leva ela até ele, que o ver em uma maca, recebendo medicamentos diretamente em sua veia. O médico ver ela e diz:

- Katarine, certo?
- Sim, o que houve?
- Bom, tem uma mordida de cobra em seu calcanhar. Foi socorrido pelo SAMU que foi chamado pela sua vizinha, que ligou quando foi visitar e ela disse que quando chegou, ele já estava no chão. Tudo indica que ele se auto medicou.
- Ai meu Deus. Ele vai ficar bem?
- Vou ser sincero com você. Ainda não sabemos qual foi a cobra que o picou e ainda mais com os auto medicamentos dele... Estão atrapalhando para descobrir qual o veneno está em sua corrente sanguínea. Mas, temos que nos manter esperançosos. Ele foi trazido a tempo, então, as chances são boas. 

Ela se senta perto de seu irmão e manda mensagem para Roberto avisar no trabalho que ela não irá por motivos pessoais, que logo recebe outra mensagem dele...

Roberto Trabalho: Oi, você saiu sem me dizer. O que houve?
Katarine: Estou no hospital com meu irmão.
Roberto Trabalho: Quer que eu fique aí com você?
Katarine: Não, obrigado. Só passa o recado.
Roberto Trabalho: Ok, pode deixar. Ei, desculpe por hoje viu? Nunca me aconteceu antes.
Katarine: Sem problema... Isso é o de menos agora.
Roberto Trabalho: Se quiser que eu termine o trabalho...

Ela fica perplexa com a proposta em meio as circunstâncias atuais. Simplesmente o cara tacou o dane-se para a situação do irmão dela e queria "terminar o trabalho"... Por favor, né? Nem se quer começou o trabalho. Ela apenas desliga a tela do celular e fica do lado do seu irmão. Sentindo-se culpada por ele está ali. Pensando como devia ter acontecido, ele sozinho, sem ela. As lágrimas tomam conta de seus olhos, mas segura por acreditar que ele vai sair dessa. As horas se passam e nada dele acordar. Enfermeiros vão e vem, trocam os medicamentos mas em vão. Ela não consegue comer durante a noite toda. Apenas bebendo café para se manter acordada. Quando chega a madrugada, ela decide ir em sua casa para tomar um banho gelado e pegar umas roupas. Pede para a enfermeira que lhe ligou para ligar novamente caso acontecesse algo. Não economiza tempo em cima da moto e chega em casa rapidamente. Chegando, ver que ele tinha botado um colchão na sala e separado alguns filmes, se emociona ao ver a bagunça que ficou e imagina se ela tivesse vindo a tempo. Mas, não perde tempo e vai para o banho e pega suas roupas. Antes de sair, pensa em procurar a cobra, para ajudar no tratamento, mas seu telefone toca com a notícia que seu irmão acordou. Rapidamente vai até a moto e vai para o hospital. Chegando lá, ver ele comendo uma sopa que a enfermeira lhe dava, ainda debilitado, mas se alivia ao ver que está bem e vai até perto dele.

- Oi, meu amor. - diz ela emocionada.
- Oi, irmãzinha.
- Como você tá?
- Bem, só dor de cabeça.
- Ele precisa descansar. - diz a enfermeira. - Você acordar foi um bom sinal, vou avisar ao médico. Pode servir ele? - pergunta se referindo a sopa.
- Claro, claro. - diz ela pegando o prato.

Ela se senta na cama e a enfermeira sai.

- Abre a boquinha.
- Você estava aonde? Fiquei preocupado.
- ... Eu estava na casa de uma amiga.
- Aconteceu algo?
- Me desculpe. Você conseguiu dormir? Aliás, como isso aconteceu?
- Eu não lembro direito. Só ouvi uns sons vindo lá de fora, achei que era você, quando sai senti algo me mordendo, então pedi alguns remédios para a dona Dalva, mas antes dela vir, tomei alguns que tinham e acordei aqui.
- Por que não me ligou?
- Mandei mensagem. Mas, você não me respondia.
- O que?

Ela pega seu celular e procura mensagens do seu irmão e ver que estavam todas arquivadas. Como seu celular não tem senha, logo deduziu que foi Roberto... Mas, não consegue pensar em que momento, já que ela não saiu de perto dele... Menos na hora que ela se levantou da mesa, na pizzaria, e foi ao caixa.

- Desculpe, eu não vi. - diz ela.
- Tudo bem. Quando eu vou sair?
- Quando estiver melhor. Logo, logo.

Ela continua dando a sopa e ele começa a bocejar.

- Melhor você dormir. - diz ela soltando outro bocejo. - Precisa descansar. Você acordou, mas ainda tá dodói.
- Digo o mesmo. - diz ele rindo dela.
- Okay, okay... Só um pouco.

Alexander se deita e estende a mão para sua irmã. Ela se senta na cadeira próxima a cama e pega sua mão, em pouco tempo ambos caem no sono. Algumas horas depois, Katarine acorda com sede e se levanta, indo para o corredor pegar um pouco de água. Ver que todos estão dormindo, afinal, já é pouco mais de duas da manhã. No silêncio do hospital ela aproveita para relaxar, anda calmamente pelos corredores e ver que Roberto mandou algumas mensagens.

Roberto Trabalho: Ei, como seu irmão está?
Roberto Trabalho: Se quiser passo ai para levar algo pra você comer.
Roberto Trabalho: Saudades dessa boca.
Roberto Trabalho: Essa mensagem foi apagada

Ela ignora e continua o caminho que seguia. Até que ouve um estrondo vindo do quarto onde seu irmão estava, solta o copo no chão e corre até lá, quando chega, ver ele no chão e se desespera. Levanta ele e pergunta como está, ele apenas diz pra correrem.

- O que houve?
- CORRE.
- Por que?

Rapidamente ela sente um impulso jogando-a para longe, parando apenas quando bate na parede, mas não ver o que fez isso com ela. Se levanta com dificuldade e vai até seu irmão, pega ele e correm pelo corredor, apoiando ele em seu ombro.

- O que é isso? - indaga ela.
- Você não tá vendo!?
- O que?

Ela olha para trás e ver as paredes se rachando, como se estivesse passando algo bem maior que elas poderiam suportar. Correm para a saída dos fundos, onde vários outros pacientes e seguranças estavam desesperados com o que estava acontecendo. Ela tenta pedir ajuda, mas ver que naquele caos não teria. Vai até fora, para a garagem. Ao ar livre ela relaxa um pouco, até que a parede é quebrada e eles são jogados para a rua. Com o corpo ferido, ela tenta se levantar para ajudar seu irmão, mas sente um peso em seu corpo que a impedia de se erguer. Mas, logo é visto um carro, saindo de dentro dele um homem, dizendo palavras que ela não conseguia entender, e ao ouvir tais palavras, vê um clarão e o peso em suas costas some. 
Ele ajuda eles a se levantarem e botam ambos no carro.

- Rápido, não temos tempo. - diz ele.
- Do que? 
- Você não está vendo?

Eles entram no carro e ele rapidamente tira eles dali. Apressado, como se tivesse em uma perseguição. Ela olha pelo retrovisor, mas não ver nada. Olha para o banco de trás, onde seu irmão estava, e via ele bem machucado.

- Quem é você? E o que tá acontecendo?
- Prazer, Jonh. - diz ele dando a mão para ela apertar. - Sou um researcher. E isso que atacou vocês é um Warner, sentiu o cheiro do garoto infectado e quer devorar. Simples assim.
- ... Que!?
- O garoto foi infectado por um ser mágico. Quando isso acontece, o ser humano se torna mestiço. O que torna bem apetitosos.
- Como ele foi... Infectado... - ela vira e tira a atadura que cobria a mordida e ver que ela está se espalhando.
- Tá tomando conta do corpo dele. - diz Jonh. - Por isso o bicho quer tanto comer ele.
- COMER!?
- Exatamente. - diz Jonh de forma calma. - O que achou que eu queria dizer com "apetitoso"?

Indo pela cidade, ela nota o estrago que o Warner causa na cidade. Destruindo a estrada, afastando os carros, quebrando os viadutos, indo atrás deles.

- Por que eu não vejo?
- Pelo visto, você é completamente humana.

Ele para o carro no fim da estrada, estende as mãos e diz: "Go back to a quo factum est, et maneat ibi". Ao fazer isso, juntando as mãos, um portal é criado em sua frente, com o vento forte, é puxado tudo que há. Na tentativa de escapar, Warner tenta se segurar no asfalto, criando uma enorme cratera. Quando o monstro é iluminada pelo brilho do portal, Katarine consegue ver... Parecida com um rinoceronte, só que bem maior e com detalhes em verde ao redor de seu corpo. Jonh põe mais força em seu feitiço e o monstro é sugado para dentro do portal, que se fecha logo em seguida.

- O que foi isso? - pergunta ela confusa.
- Levei ele para o lugar dele. 
- E meu irmão? Tem cura?
- Sim. Mas teremos que levar ele para minha casa. A propósito, prazer... Você é?
- Katarine. Obrigada por nos salvar.
- Não precisa agradecer. Vamos.

Ela fica desconfiada em entrar no carro de novo, ou em confiar nesse desconhecido que acabou de conhecer. Mas, ao pensar que ele seria o mais provável de cuidar do seu irmão, não pensa duas vezes e entra no carro. O que pode acontecer daqui pra frente? Um mistério, talvez. Mas, o bom da vida é isso.