Entrelaços | Capítulo II - Introdução


Quando chegam na casa de Katarine, Jonh põe o irmão dela para se deitar no sofá. Cuidando de seus ferimentos, começa a pedir para que ele tente explicar o que ele viu antes de ser mordido. O que mais chama atenção dela, é que o rapaz que ela vê em sua frente tem jeito ao falar com seu irmão, sendo muito gentil e tendo paciência ao cuidar do ferimento. 

- Não lembro muita coisa. - responde ele. - Só uma luz forte e quando vi, já estava no hospital.
- A luz era que cor?
- Azul, bem forte.

Pondo seus óculos, Jonh olha o ferimento mais de perto e pega sua bolsa. Tira um pote com um tipo de creme dentro. Passa por cima do ferimento e diz:

- Vou ser sincero. É um milagre está vivo.
- Mas, ele vai ficar bem? - pergunta Katarine.
- Sim, pelo visto o corpo dele é bem resistente a magia, por isso o ferimento tá demorando a se espalhar pelo corpo.
- MAGIA? - indaga o jovem garoto.
- Sim. Você foi mordido por um ser mágico que por algum motivo estava no mundo de vocês.
- E a cura? Você disse que íamos para sua casa para você cuidar dele.
- Amanhã. Vamos amanhã de manhã. Por hoje, o garoto tem que descansar.

Jonh se levanta e entra para ver o restante da casa. Katarine se senta no lado do seu irmão e diz:

- Desculpa, tá? Se eu tivesse vindo antes.
- Não precisa se desculpar. E o seu namorado?
- Meu namorado?
- Sim, o menino com quem você dormiu.
- Ele não é meu namorado... É só um idiota.
- Por que?

Soltando um breve suspiro, ela responde:

- Porque ele não respeitou minhas prioridades.
- Entendi. Quando eu ver ele, vou encher de porrada.
- Vai é? - diz Katarine rindo. - Sei, meu protetor. Mas antes, melhore tá bem?

Jonh anda pela casa procurando alguma pista do que tenha mordido Alexander, até que ver um rastro pela casa. Ele segue até a porta dos fundos da casa, percebendo que o animal fugiu. Mas, nota que no chão ficou uma espécie de escama. Ele pega cuidadosamente com uma pinça e põe dentro de um pote de vidro. Olhando mais de perto, ver que é de cor azul reluzente. Põe dentro de sua bolsa e vai até a cozinha.
Tira outros potes e põe em cima da mesa, começa a pôr em uma panela e põe no fogão. Misturando tudo com cuidado.

- É algum tipo de porção? - pergunta Katarine chegando perto.
- Sopa.
- Ah...
- O garotinho parece está com fome... E você também.
- Você pode me explicar melhor o que tá acontecendo? - pergunta ela, cruzando os braços vagarosamente enquanto se apoia na pia. - Isso tá acontecendo rápido demais. Do nada isso de magia e bicho mágico... Sei lá, é difícil de digerir.
- Bom... O mundo que você conhece é apenas 1/2 do mundo real. Ou seja, existe um mundo mágico. Nunca em nenhum momento esses dois mundos interferiram um no outro. Até alguns anos atrás... Quando por algum motivo, a barreira que separava os dois mundos começou a enfraquecer e seres do mundo mágico começaram a transitar para esse mundo. Causando fenômenos anormais por aqui e quebrando o equilíbrio que existia. Então, os anciões reuniram membros de cada classe do meu mundo para investigar e resolver isso... A equipe era formado por um mago, um paladino, um pesquisador e um elfo.
- Então, onde estão eles?
- Você tá olhando para o pesquisador.
- E onde estão o restante?
- Mortos. Foi a alguns meses, quando viemos para seu mundo impedir que um Baro destruísse a cidade de Tokyo, aconteceu algo que... Eu não sei... Minha memória tá muito falha quando tento lembrar desse dia... Só lembro de Ricardo, o paladino, me proteger de algo, pondo sua armadura em mim... Depois disso, acordei na sua cidade. Quando voltei para o meu mundo, três dos quatro anciões também morreram. O único que ficou, está em um estado profundo de meditação, pois suas forças estavam quase acabando.
- Então, você é o único que restou... Como vai resolver isso?
- Eu não sei... Mas, amanhã levarei seu irmão para o mundo místico e irei curá-lo. Ele com energia mágica correndo pelo seu corpo só irá atrair mais e mais seres para ele.
- Que horas nós vamos?
- "Nós"?
- Sim... Eu, você e ele.
- Não, não. Vou sozinho com ele.
- Não vou deixar meu irmão sozinho... Não mais.
- O que acha que isso é? Brincadeira? Isso é sério demais pra envolver você. É uma humana, vão sentir sua presença a quilômetros. O garoto ainda tem chance porque a essência humana está sendo coberta pelo veneno.
- Olha só, a anos que sou eu por ele. Sem mãe, sem pai, tios, avós... Ninguém. E não vai ser agora que vou me separar dele. Vou fazer de tudo para ver ele a salvo.
- Katarina, né?
- Katarine na verdade. Com E.
- E seu irmão é...?
- Alexander.
- Alexandre?
- Não. É com DER no final... Minha mãe tinha gosto exóti... NÃO TENTA MUDAR DE ASSUNTO. - diz ela percebendo que Jonh está apenas tentando tirar ela de tempo.

Jonh pega duas tigelas e põe a sopa nelas, dando uma para Katarine e levando a outra para Alexander. Vão para a sala e Jonh diz que ele precisar comer, para manter suas forças.

- Amanhã irei te levar para outro lugar, vamos cuidar disso rapidinho.
- Para onde vamos?
- Um mundo mágico. Vai gostar de lá.
- Sério!? - pergunta ele animado. - Você vai também, Katarine?
- Não sei... Vou? - pergunta ela.
- Você quer levar ela?  - pergunta Jonh.
- Quero sim. - responde Alexander.
- Certeza?
- Tenho.
- Rapaz... Absoluta mesmo?
- Cem por cento.
- Ela é legal?
- É a melhor irmã do mundo.

Soltando um sorriso, Jonh responde:

- Okay, vamos levar ela. Comam e vão dormir, temos um dia cheio amanhã. Sairemos antes do Sol acordar.

Eles comem e Katarine se deita no colchão que estava na sala, com seu irmão. Jonh passa boa parte da noite preparando uma porção no outro cômodo; Quando termina, vê que eles estavam dormindo sem cobertor. Procura pela casa e cobre eles. Se senta no sofá e fica vigiando eles até vagarosamente cair no sono.
A noite cai e a madrugada fica fixa. Antes do Sol nascer, Jonh acorda os dois para irem.

- Vamos. - diz ele calmamente mexendo nos irmãos.
- Que horas são? - pergunta Katarine, sonolenta.
- Cinco da manhã.
- Meu Deus. - diz Alexander.

Eles levantam e Jonh dá uma xícara de café para ambos. 

- Esqueci de arrumar as malas. - diz ela.
- Não precisa. Lá terão roupas. Quanto menos coisas humanas, melhor.

Tomam o café e saem, a caminho da casa de Jonh. Indo a pé no escuro e frio da madrugada. Ele indo na frente, nota que eles estavam tremendo de frio. Tira um cachecol da bolsa e dá ao garoto e tira o casaco que está usando e dá à Katarine.

- Não precisa. - diz ela.
- Aceite. Vai ficar doente se ficar nesse frio.

Ela aceita e veste. Por conta de Jonh ser mais alto que ela, o casaco serviu e cobriu mais do que esperado.
Eles seguem caminho até a fronteira da cidade, afastada da zona urbana, próximo a um bosque.

- Uma dúvida. - diz Katarine. - Por que não viemos no seu carro?
- Pra onde vamos não teria onde guardar ele, seria estranho para os humanos achar um carro no meio do nada... E também, ele é alugado.
- Ah, sim.

Eles entram a fundo entre as árvores e o seguem até uma parte onde param quando veem duas árvores separadas das demais. Destacadas por serem bem altas, ficam de frente a elas. Jonh se aproxima e uma marca surge em sua mão direita.

A marca reflete na pedra na qual ele aponta a sua palma e logo após disso, as duas árvores começam se entrelaçar. Formando uma passagem em meio do nada, mas veem o outro lado normalmente.

- Antes de ir, tome isso. - diz Jonh dando uma pílula para Katarina.
- O que é isso? - pergunta ela.
- Vai te transformar temporariamente em uma Elfa. 
- Com orelhinhas e tudo?
- Sim...
- Maneiro. - diz ela tomando a pílula. 

Em segundos, seu rosto começa a mudar. Sua pele negra ganha linhas brancas abaixo dos olhos e abaixo do queixo. Suas orelhas crescem, ficando pontudas, destacando sobre seu cabelo e acaba crescendo alguns centímetros, ficando na altura de Jonh.

- Prontos?
- Sim. 

Eles passam e somem repentinamente. Quando atravessam, se vêem em outra floresta. Com flores e as árvores com formatos diferentes. As folhas brilhando em forma incandescente, deixando os irmãos maravilhados com o que veem. No mundo real, as árvores voltam a sua posição original e o dia continua como se nada tivesse acontecido.

- Vamos, minha casa fica logo a frente. - diz Jonh.

Eles o seguem e notam que as nuvens estão mais perto do que o normal e que o ar estava mais difícil de respirar, fazendo-os se cansarem apenas andando.

- Não se preocupem irão se acostumar logo.
- E por que estamos assim? - pergunta Katarina.
- Logo vão ver.

Eles andam até a casa dele, que ficava no fim do lugar. Ele segura as mãos dos dois e leva eles para trás da casa, mostrando que...

- ESTAMOS EM UMA ILHA VOADORA? - indaga Alexander.
- Sim. - responde Jonh rindo. - Os anciões criaram essa ilha pra minha antiga equipe.
- E o que tem lá em baixo? 
- Bom, é a minha cidade. - responde ele apontando que abaixo das nuvens há uma vila e nos céus, vários animais voando, das diferentes cores. - Depois levo vocês lá. Mas antes, preciso te analisar direitinho.

Eles voltam e entram na casa de Jonh. Um lugar espaçoso, dando a notar que era para bem mais que uma pessoa. Com uma escada no meio levando aos quartos, biblioteca, varanda e um espaço com a lareira. Mas, estava tudo sem cor, sem vida. Com teias de aranha por todo o lugar, junto com a poeira, deu o ar de abandono.
Jonh leva o garoto para uma sala próximo a biblioteca. Deita ele na mesa e põe pedras em sua testa, na palma de suas mãos, nos joelhos e seus pés. "Respire normalmente e não se mexa" diz ele. Acima de Alexander é formado uma forma astral azulada de si mesmo. Mas é visto um rastro de luz variada partindo da sua perna, se espalhando pro resto do corpo, como uma raiz de uma árvore se espalhando pelo solo.

- Tá vendo? - diz Jonh. - Se chegar no coração, a essência humana dele se perde.
- Quanto tempo antes disso acontecer?
- 7 dias, no máximo. Vou começar hoje as pesquisas. Já que estamos em um mundo místico, ele não terá uma essência destacável. Mas, não podem sentir o seu cheiro, okay? - diz ele com o garoto.
- Por que? - pergunta Alexander.
- Porque você tá "apetitoso" por assim dizer. Sua essência em transição é rica em energia. Pode servir de alimento para os seres daqui, como também uma fonte enorme de energia.
- Que estranho... Então, eu sou tipo um combustível?
- Exatamente. E se usarem esse combustível, você... Morre.
- Entendi.

Jonh olha para a projeção com mais atenção e fica intrigado com algo...

- Algo de errado? - pergunta Katarine.
- Não... Nada. 

Ele tira as pedras de cima de garoto e diz:

- Vou levá-los para seus quartos. Podem se trocar e vou fazer algo para comerem.

Eles o acompanham para o andar de cima. Katarine não para de reparar no quão abandonado estava o lugar, vendo a camada de poeira que tinha no corrimão.

- Podemos da uma faxina enquanto esperamos a cura. - diz ela.
- Não precisa. - diz Jonh friamente. - É... Vai ser rápido. - diz tentando corrigir o tom.
- Certo. - responde ela sem jeito.

Eles ficam em quartos separados e desce para a cozinha, o único cômodo no qual estava tudo limpo. Abre seu livro e começa a dizer: "Ferrametum et aromatibus uterentur. Quid faciam vos manducare ".  Com isso, os talheres e panelas começam a flutuar em direção ao fogão a lenha. Enquanto os potes de temperos saem dos armários e vão para as panelas, juntos com os alimentos principais.
Ele deixa tomarem de conta e vai para a biblioteca. Procura livros sobre as criaturas do lugar e tenta achar algum que seja parecido com a escama que achou. Olha vários livros, folheando todos rapidamente a fim de achar algo que possa ajudar, até que acha um...
Abre o livro e procura mais sobre a criatura, mas só acha o nome. 

- Draco ignis? - diz pra si mesmo. - Vamos amigo, por que não tem nada sobre você?

Passando as páginas, vê que não tem descrição alguma. Os livros são a base do conhecimento que existe no mundo dele, então se não tem nada nas páginas. Vai ter que procurar por conta própria. Afinal, é um pesquisador... É a base de sua essência. 
Ah, o autor tem dessas enroladas. Não liguem.
Mas uma única descrição deixa ele mais confuso. Fecha o livro e põe dentro de sua mochila. Ele sai para ver como está a cozinha.
Em seu quarto, Katarine sai do banho e se olha no espelho que estava perto da cama. Passando as mãos pelas suas marcas e suas orelhas. Nota que seus dentes também haviam ficado mais pontudos. Com suas duas mãos aperta suas bochechas e dá um doce sorriso. Tudo isso, vagarosamente, aproveitando cada momento do toque. Vai para o guarda-roupa e tira a roupa que estava lá. Um vestido com um cinto fino dourado na cintura. Ela tira e veste. Se olha no espelho e vê o quão linda ficou.
Sai do quarto e desce, vendo o grande banquete que esperava eles.

- Isso é só o café da manhã? - pergunta ela.
- Bom... Eu não sabia o que vocês iam querer. - diz Jonh. - Então fiz sucos, pães, cereais e umas frutas.

Alexander desce, com as roupas mais largas que seu corpo. 

- O defunto era maior? - brinca Katarine. Mas se cala quando percebe que sim, de fato o defunto era maior. - Desculpa. - diz ela rapidamente.
- Tudo bem. - diz Jonh, meio sem jeito.

Ele estende a mão e diz: "adjust" e a roupa de Xander se ajusta ao seu corpo.

- Comam, logo vamos para a vila. - diz ele. - Na verdade, primeiro tenho que ir buscar o dragão de fogo. Sorte que na ilha tem essa espécie.
- DRAGÃO? - diz Xander.
- Sim. 
- VAMOS TAMBÉM, KATARINE. POR FAVOR.
- É... Não é meio perigoso? - pergunta ela.
- Ele é um mago. Vai proteger a gente. Podemos ir também, senhor Jonh?
- Por mim, sem problemas. 
- Okay. - diz ela. 
- Então comam. Se forem de barriga vazia pode fazer mal.

Eles se sentam e comem. Jonh fica na espera no lado de fora, olhando a floresta, pensando no local e logo ouve Katarine:

- Essa roupa, era de quem?
- Ah... De ninguém. Não se preocupe, não está usando vestimentas de um morto. - respondendo um sorriso de canto de boca.
- E como tinha um vestido por aqui?
- Era de uma amiga. Morava conosco, mas nunca chegou a usar o vestido. Era pra um evento mas, ela... Desapareceu...
- Entendi.

Alexander sai todo animado, pronto para ver o dragão. Eles seguem para dentro da floresta, com Jonh na frente.

- Qual o tamanho dessa ilha? - pergunta o garoto.
- Bom, ela é bem vasta. Feita para ter os cinco biomas principais dos seres místicos... Para pesquisarmos com mais facilidade. - responde Jonh.
- Então...?
- Tamanho da América Latina.
- Uou...
- E esse dragão, tá perto? - pergunta Katarine.
- Sim, ele é da floresta.

Eles andam um pouco a mais até que Katarine sente algo na sua perna e de imediato solta um grito, espantando os pássaros acima das árvores.

- O que foi? - pergunta Jonh indo rapidamente até ela.
- UMA COBRA SUBINDO EM MIM.

Jonh olha e ver uma pequena cobra presa em seu tornozelo. 

- Calma, é só uma filhote. - diz ele tirando dela. - Não tem veneno... Deve ter perdido a mãe.
- Como sabe?
- Filhotes de rubrum não saem de perto da mãe por nada, nem vice versa.
- Então...
- É órfã. Não irá sobreviver nem um dia. - diz Jonh pondo ela em uma árvore. - Deve ter prendido em você por confundir com a mãe.

Katarine olha para a cobra e por algum motivo sente a dor que sentiu quando acordou sem sua mãe por vários meses, se perguntando se um dia irá vê-la novamente, com sua esperança se acabando cada dia mais. Eles seguem caminho e seu coração fica pesado, por conta do que Jonh disse.

- Me dá. Não vou deixar ela... Sozinha no mundo. - diz ela.
- Vai cuidar dela?
- É perigosa?
- Não. É dócil.

Ela pega e a cobra vai até seu pescoço, ficando em volta.

- Qual vai ser o nome dela?
- Como sabe que é fêmea?
- Se fosse macho, teria lhe mordido.
- Então... Cobra?
- ... É sério? - diz ele com um sorriso.
- Nome ruim?
- Péssimo.
- Então... Pandora.

Ele sorri e eles seguem caminho, com a floresta ficando mais densa a cada momento, com as árvores cobrindo os raios de Sol, ficam mais próximos para não se perderem um do outro. Jonh começa a andar lentamente e se abaixa perto de uma pedra.

- Aqui está... O Dragão de Fogo.

Alexander corre animado para ver e...

- Um lagartinho!?
- Aí, dragão. Ainda é filhote.

De fato, um lagarto de 15 centímetros. Em cima de uma pedra, Jonh o pega e prende dentro de um pote.

- Vamos levá-lo. Preciso estudar ele mais a fundo. - diz ele.
- Isso foi um tanto decepcionante. - diz o garoto.
- Então foi isso que mordeu ele? - pergunta ela.
- Sim. Vou estudar melhor seu veneno e suas propriedades. A cura terei em alguns dias.

Põe o potinho em sua bolsa e eles andam em direção a casa. No caminho, Katarine fica acariciando a Pandora com a ponta de seus dedos. Alexander se sente bem para correr e aproveita isso, indo na frente pulando entre as pedras.

- Bonito cuidar dela. - diz Jonh.
- Eu sei a sensação de não ter uma mãe por perto... 
- O que houve com ela?
- Desapareceu a alguns anos. Desde de então, somos eu e ele.

As nuvens começam a ficar densas e ele diz para se apressarem pois iria chover em breve. Eles começam a correr e chegam em minutos. A chuva começa logo após entrarem. Por conta do ar ser difícil de respirar por conta da altitude, eles ficam muito cansados e decidem descansar em seus quartos.

- Logo, logo vamos na vila. Preciso comprar os materiais para a cura.
- Ok, só vou me deitar um pouco. - diz Katarine ofegante.
- Posso comer mais? - pergunta Alexander.
- Pode sim.

Jonh vai para a biblioteca e põe as pedras em cima da mesa, mostrando novamente a projeção astral do garoto. Ele olha a marca e vê que o corpo está se adaptando ao veneno, mas algo o intriga... "O corpo dele parece ser compatível com energia mística...?" Abre o livro e vê a única descrição do animal:

"Usado como intermediário. 
Não contém veneno.
Usado para ser objeto vazio"

Objeto vazio é uma expressão usada no mundo mágico. Quando alguém tem algum veneno ou porção e põe no animal para que ao morder sua vítima vai espalhar a tóxica ejetada nele. Ou seja, alguém propositalmente queria pôr o veneno no garoto. Ele tira o animal do pote e põe uma pequena pedra em cima dele, fazendo uma projeção astral logo acima. Não ver nada de diferente, tira a escama que havia pego na casa deles e nota que a cor está bastante diferente, pois o dragão que está a sua frente é vermelho e a escama é azul. A principio acha que é outra espécie, mas decide fazer um pequeno teste...
Ele pega o dragão e leva para fora, soltando na floresta. Volta para a biblioteca e vê que Alexander ainda está comendo que nem nota a presença dele ali.
Mais uma vez põe a pedra do dragão na mesa e com a copia da energia astral dele, simula uma toxina simples e põe no animal e nota que sua cor mudou. Então percebe que seu corpo mudará de corpo dependendo do que terá nele, então ele primeiro terá que ver que tipo de veneno foi posto no seu corpo para deixá-lo azul e que a cura desse veneno.
Katarine em seu quarto, deitada na cama olha para a janela... Sentindo que por algum motivo, aquelas nuvens são diferentes, mas são iguais as de seu mundo. Mas, são diferentes, são únicas, em que algum momento, ela já viu essas nuvens. Parece loucura, mas ela não poderia estar mais certa.